ATA DA TRIGÉSIMA SÉTIMA
SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 02-5-2016.
Aos dois dias do mês de
maio do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, na qual registraram presença
Adeli Sell, Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Dinho do
Grêmio, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, João
Carlos Nedel, José Freitas, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger,
Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Rodrigo
Maroni e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, registraram presença Cassio
Trogildo, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Idenir
Cecchim, João Bosco Vaz, Luciano Marcantônio, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins
Ely, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon,
Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein. À MESA, foi encaminhado o Projeto de
Lei do Legislativo nº 073/15 (Processo nº 0824/15), de autoria de Rodrigo
Maroni. Após,
foi apregoado o Ofício nº 380/16, do Prefeito, comunicando que se ausentará do
Município das nove horas e trinta e oito minutos do dia seis às vinte e uma
horas e cinquenta e oito minutos do dia oito de maio do corrente, ocasião em
que receberá a Medalha da Vitória, no Rio de Janeiro – RJ. A seguir, o
Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Rubens Machado, 1º
Secretário do Comitê das Entidades de Classe Odontológicas, que discorreu sobre
a abertura do Maio Vermelho – mês de luta contra o câncer bucal. Em continuidade, nos termos do artigo 206
do Regimento, Mario Manfro, Paulinho Motorista, Lourdes Sprenger, Fernanda
Melchionna, Rodrigo Maroni, Jussara Cony, Adeli Sell, Dr. Thiago e João Carlos
Nedel manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. A
seguir, o Presidente concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema
em debate, a Rubens Machado. Os trabalhos foram suspensos das quatorze horas e
cinquenta e seis minutos às quatorze horas e cinquenta e sete minutos. Após, por
solicitações de Jussara Cony e Fernanda Melchionna, foi realizado um minuto de
silêncio em homenagem póstuma a João Benjamin Zaffari e Willian Coromberque,
respectivamente. A seguir, por solicitação de Adeli Sell, foi registrado o
transcurso, no dia três de maio, do Dia Nacional do Taquígrafo. Em TEMPO DE PRESIDENTE, pronunciou-se
Cassio Trogildo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Rodrigo Maroni,
Fernanda Melchionna, Jussara Cony e Clàudio Janta. Em GRANDE EXPEDIENTE,
pronunciaram-se Lourdes Sprenger, em tempo cedido por Luciano Marcantônio, e
Sofia Cavedon, esta em tempo cedido por Marcelo Sgarbossa. Às dezesseis horas e
sete minutos, constatada a existência de quórum deliberativo, foi iniciada a
ORDEM DO DIA e foram suspensos os trabalhos, até as dezessete horas e nove
minutos, para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes. Em Discussão
Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº
174/14 (Processo nº 1858/14), por seis votos SIM e vinte e quatro votos NÃO,
considerando-se mantido o Veto Parcial oposto, após ser encaminhado à votação
por Sofia Cavedon, Reginaldo Pujol, Jussara Cony, Mario Manfro, Idenir Cecchim,
Bernardino Vendruscolo, Delegado Cleiton, Marcelo Sgarbossa e Clàudio Janta,
tendo votado Sim Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo
Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon e votado Não Adeli Sell, Airto
Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado
Cleiton, Dr. Goulart, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela,
João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Freitas, Kevin Krieger, Luciano
Marcantônio, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher,
Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol e Tarciso
Flecha Negra. Na oportunidade, Delegado Cleiton apresentou Declaração de Voto
ao Projeto de Lei do Legislativo nº 174/14. Em Votação, foi aprovado
Requerimento de autoria de Dr. Thiago, solicitando a renovação de votação do
Requerimento nº 030/16 (Processo nº 0807/16), por vinte votos SIM e sete votos
NÃO, após ser encaminhado à votação por Dr. Goulart, em votação nominal
solicitada por João Bosco Vaz, tendo votado Sim Airto Ferronato, Bernardino
Vendruscolo, Clàudio Janta, Dr. Goulart, Dr. Thiago, Elizandro Sabino,
Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Freitas,
Kevin Krieger, Luciano Marcantônio, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro
Pinheiro, Mauro Zacher, Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol e
Tarciso Flecha Negra e votado Não Adeli Sell, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon.
Após, Clàudio Janta formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na
ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. A seguir, foi
aprovado Requerimento de autoria de Kevin Krieger, solicitando adiamento, por
três sessões, da discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 044/12 (Processo
nº 2388/12). Em Discussão Geral e Votação, foi rejeitado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 058/13 (Processo nº 0825/13), por sete votos SIM e quinze votos
NÃO, após ser discutido por Marcelo Sgarbossa, Reginaldo Pujol e João Carlos
Nedel, em votação nominal solicitada por Kevin Krieger, tendo votado Sim Adeli
Sell, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa,
Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon e votado Não Clàudio Janta, Delegado Cleiton,
Dr. Goulart, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, José Freitas, Kevin Krieger, Luciano Marcantônio, Márcio Bins Ely,
Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro e Reginaldo Pujol. Durante a
apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 058/13, Prof. Alex Fraga e
Guilherme Socias Villela cederam seus tempos de discussão a Marcelo Sgarbossa e
João Carlos Nedel, respectivamente. Após, foi aprovado o Requerimento verbal
formulado anteriormente por Clàudio Janta, solicitando alteração na ordem de
apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação,
foi apreciado o Projeto de Lei do Executivo nº 003/16 (Processo nº 0142/16).
Foi aprovada a Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 003/16.
Foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 003/16. A seguir, foi apregoado o
Ofício nº 400/16, do Prefeito, comunicando que se ausentaria do Município das
dezessete horas e quarenta e cinco minutos do dia dois às vinte e duas horas e
quarenta e cinco minutos do dia três de maio do corrente, ocasião em que
cumpriria agenda com a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, em
Brasília – DF. Às dezoito
horas e cinquenta minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, em
verificação solicitada por Reginaldo Pujol, foi encerrada a Ordem do Dia. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 2ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 007/15, os Projetos de Lei do
Legislativo nos
272/15 e 004, 060, 070 e 063/16, este discutido por Mendes Ribeiro, e o Projeto de Lei do Executivo nº 009/16.
Durante a sessão, Reginaldo Pujol manifestou-se acerca de assuntos diversos. Às
dezoito horas e cinquenta e três minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os vereadores para a próxima sessão ordinária. Os trabalhos foram presididos por
Guilherme Socias Villela e Cassio Trogildo e secretariados por Paulo Brum, Engº
Comassetto e Mario Manfro. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): Passamos à
A
Tribuna Popular de hoje terá a presença do Comitê das Entidades de Classe
Odontológicas - CECO, que tratará de assunto relativo à abertura do Maio
Vermelho, mês de luta contra o câncer bucal. O Sr. Rubens Machado, 1º
Secretário do CECO, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. RUBENS MACHADO: Boa tarde, senhoras e senhores, Sr.
Presidente, estamos aqui hoje para lançar mais um Maio Vermelho. O que é o Maio
Vermelho? É uma iniciativa que veio como resultado de uma lei estadual de 2006,
proposta pelo Deputado Adroaldo Loureiro que instituiu o dia 31 de maio como
Dia Estadual de Prevenção e Combate ao Câncer Bucal. O Comitê das Entidades de
Classe Odontológicas que reúne todas as entidades de classe ligadas à
odontologia do Estado do Rio Grande do Sul chamou para si a efetiva realização
desta lei. Nós estamos em uma Casa em que se faz lei. Aqui os senhores pensam,
elaboram e trazem as leis para serem votadas e aprovadas. A maioria ou grande
parte das leis aprovadas parece que não tem situação nenhuma. Popularmente se
diz: a lei que pega e a lei que não pega. Pois a lei do Deputado Adroaldo,
graças às entidades de classe, pegou. No dia 31 de maio, em todo o Estado do
Rio Grande do Sul, é feita essa luta e essa prevenção ao câncer bucal. Essa
atividade foi tão marcante que as entidades de classe resolveram não só fixar
em um dia essa atividade, mas estender pelo mês todo. Então, criou-se aquilo
que designa o mês de maio, o mês do Maio Vermelho. Neste mês, o que se faz?
Traz-se para a população, para a classe odontológica e para toda a comunidade,
a importância da prevenção dessa patologia, que, a cada ano, 15 mil novos casos
entram nas nossas estatísticas. É uma doença insidiosa que pode levar –
certamente leva – a óbito se não tratada ao seu tempo. E ela é totalmente
erradicada se fizermos uma prevenção, se fizermos os exames preventivos a essa
doença. E é por isso que no mês de maio, no Maio Vermelho, as entidades de
classe, as Secretarias Municipais da Saúde, a própria Secretaria Estadual,
junto com a classe e com as universidades, se colocam a serviço da cidadania.
Esta é a nossa oferta ao cidadão: oferecemos aquilo que temos de melhor, que é
o nosso conhecimento gratuitamente. E pedimos sempre às autoridades que
simplesmente nos apoiem.
Hoje,
aqui e agora, estamos ocupando esta tribuna graças a um colega nosso e dos
senhores, o Ver. Mario Manfro, que, como cirurgião-dentista, nos abriu essa
possibilidade, e pela terceira ou quarta vez ocupamos esta tribuna e
agradecemos a sua participação. Ele é incentivador também da Frente Parlamentar
de Combate ao Câncer Bucal. Que bom que temos políticos com esta visão:
totalmente apartidária, totalmente desvinculada de qualquer coisa, mas em
benefício da cidadania. Nós, como agentes de saúde, ficamos muito gratos por
isso, nos sentimos muito agradecidos por os senhores nos permitirem estarmos
aqui e agora, termos o holofote de uma Câmara como a de Porto Alegre e poder,
dessa maneira, abrir para a população esse conhecimento que vai lhe
proporcionar saúde.
O
câncer bucal, volto a dizer, é uma patologia muito triste, no entanto, se
fizermos uma prevenção e um combate a tempo, é totalmente curável. Durante este
mês teremos várias atividades, uma delas - somente citarei esta - será
realizada em nosso Município, em Porto Alegre, aqui, onde tudo começou. No dia
31, no Largo Glênio Peres, a Prefeitura, através da Secretaria de Saúde, do
Setor de Odontologia, colocará uma estrutura para que a população tenha
possibilidade de fazer exames preventivos ao câncer bucal. E lá estarão os
dentistas, os cirurgiões-dentistas do Município junto com os professores da
nossa Universidade, examinando a população de forma gratuita, orientando e
prevenindo essa doença. Essa atividade será replicada em muitos Municípios
gaúchos graças à possibilidade de divulgação que o nosso Conselho Regional de
Odontologia nos dá colocando toda uma programação em seus sites e possibilitando às Secretarias Municipais replicar esse
trabalho. E, com isso, nós podemos prestar realmente um serviço à população. É
assim que nós pensamos saúde: saúde é um bem de todos e um dever do Governo,
mas nós, como cidadãos, estamos aqui para oferecer aquilo que nós sabemos, a
nossa ciência e o nosso conhecimento. Estamos colocando à disposição da
população, e, com isso, nós evitaremos a doença maior, a mutilação, o dano que
não tem volta. Mais uma vez, dirigimos o nosso agradecimento ao nosso querido
colega, Ver. Manfro. Siga o senhor nessa campanha, e que possa à Frente
Parlamentar de Combate ao Câncer Bucal ser um marco dentro da sua atividade
política, e que o senhor consiga trazer os seus Pares para essa luta. Nós, como
cirurgiões dentistas, como agentes de saúde, estamos à disposição dos senhores
para oferecer aquilo que nós podemos oferecer, que é o nosso conhecimento, que
é a nossa técnica. Que bom se todos nós, nesse momento, nos irmanarmos em
benefício de todos, assim eu acho que nós construiremos uma Cidade melhor, um
Estado melhor e um País melhor. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): Obrigado, Dr.
Rubens Machado, esclarecendo que quem se sente grato é este conjunto de
Vereadoras e Vereadores. Quero convidá-lo a tomar assento à Mesa.
O
Ver. Mario Manfro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. MARIO MANFRO: Bom, saudando e parabenizando o Dr.
Rubens pela excelente oratória, quero saudar o Conselho Regional de Odontologia
– CRO, a Associação Brasileira de Odontologia – ABO, o Comitê de Entidades de
Classe de Odontologia – CECO, o Sindicato, todos os envolvidos, não posso
deixar de mencionar aqui a capitã desse trabalho todo, a Juliana Romanini, que
tem sido incansável nesse trabalho, participei junto com os senhores das
reuniões preparatórias dos eventos. Enfim, parabenizar a todos envolvidos, que
são muitos, e dizer que realmente a prevenção é o mais importante.
Há dois ou três dias, nós participamos do
programa da TVCâmara, do qual nós também estamos aproveitando os espaços para
divulgar o Maio Vermelho, porque o sonho dos cirurgiões dentistas é que o Maio
Vermelho se transforme e tenha a mesma amplitude, a mesma magnitude que o
Novembro Azul, que o Outubro Rosa, meses também dedicados à prevenção do câncer
de próstata e do câncer de mama, respectivamente. Nós queremos que tenha essa dimensão.
E eu disse nesse programa que muitas vezes um exemplo vale mais do que mil
palavras. No ano passado, quando nós tivemos a oportunidade também de divulgar,
através da TVCâmara, uma menina que me entrevistou, e estou falando porque fui
autorizado por ela a citar isso, uma menina de 24 anos, depois da entrevista,
ela já estava sentindo no assoalho de boca dela, embaixo da língua, uma
formação diferente, alguma coisa diferente, e ela, incentivada por esse
diálogo, por essa entrevista, procurou a Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. O Dr. Marcos fez uma biópsia e, realmente, era um carcinoma de glândula
salivar, que foi pego numa fase incipiente, portanto, com uma perspectiva de
cura muito boa. Então, vejam que aquela entrevista, aquele espaço que nos foi
cedido serviu para que essa menina pudesse ter feito o exame e ter uma vida
longa e sem problema algum em relação à doença.
Enfim,
dia 31 de maio, nós teremos, como disse o Dr. Rubens, e quero reforçar isso,
exame preventivo gratuito no Largo Glênio Peres. Acho que a população de Porto
Alegre deve aproveitar essa oportunidade. No dia 10 de maio, Ver.ª Lourdes
Sprenger, que é a Presidente da COSMAM, nós também já estamos com uma agenda marcada
para discutirmos o câncer de boca. Quero também ressaltar que o Maio Vermelho
serve também, Ver. Villela, para capacitar os profissionais, vão ter diversos
cursos de capacitação, tanto para o cirurgião-dentista quanto para os técnicos
de saúde bucal, enfim, para que possam fazer o diagnóstico precoce ou, pelo menos,
identificar qualquer lesão que possa vir a se tornar um carcinoma e indicar ao
especialista, ao histopatologista para que possa tomar as providências.
Então, vida longa ao Maio Vermelho, que cada vez
mais tenhamos essas oportunidades de divulgar esse trabalho tão importante
feito pela odontologia porto-alegrense e gaúcha. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Paulinho Motorista está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PAULINHO
MOTORISTA: Boa
tarde, Presidente Villela - nosso sempre Prefeito -; boa tarde ao Dr. Rubens
Machado, eu falo em meu nome e no do Ver. Airto Ferronato, pela Bancada do PSB,
e quero dar os parabéns para o nosso sempre Ver. Mario Manfro, que sempre nos
traz essas propostas para que possamos cada vez mais irmos atrás dessas
situações que acontecem no dia a dia. Eu sempre falo aqui, meu colega de
trabalho esteve na seguinte situação: passou muitos dias no hospital, e quando
fui visitá-lo depois, para saber o que é que tinha acontecido, ele tinha até
feito uma cirurgia no coração. Eu digo: mas o que é que está acontecendo?
Quando ele me relatou: “Paulinho, isso aqui foi uma bactéria que começou no meu
dente, depois foi para a corrente sanguínea, chegou até o coração”. Eu, como
leigo, achei até que ele estivesse brincando comigo na hora em que me falou,
fiquei apavorado com o que ele me disse. Ele quase morreu por causa disso.
Então, para nós, é muito importante cada vez aprender mais, correr atrás. Às
vezes, dizemos que as coisas só acontecem com o vizinho, com o fulano, com o
sicrano. Ver. Mario Manfro, volto a agradecer por essa proposta de hoje, Dr.
Rubens, e agradeço a sua presença aqui para nos trazer cada vez mais
experiência sobre esse assunto, que o senhor domina melhor que qualquer um.
Quero dizer que a nossa Bancada do PSB – falo também em nome de todos os
Vereadores da nossa Câmara Municipal – está sempre à disposição de vocês,
agradecendo, mais uma vez, em meu nome e no do Ver. Airto Ferronato. Um grande
abraço, Dr. Rubens.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Obrigado, Ver. Paulinho Motorista. A
Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Sr.
Presidente, quero cumprimentar os profissionais da medicina odontológica. Aqui
na Câmara o Ver. Mario Manfro tem nos trazido a voz desses profissionais. Nós,
leigos, nos surpreendemos com essas informações que parecem raras, mas não o
são, e que isso sirva de um bom alerta para a população para procurar o devido
profissional no momento em que tiver algum sinal dessas doenças. Meus
cumprimentos a todos vocês.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Boa
tarde, Dr. Rubens Machado, quero cumprimentá-lo em meu nome e em nome do Ver.
Prof. Alex, em nome do PSOL, e parabenizar essa iniciativa do Comitê e toda a
luta pela conscientização e pela aposta na saúde bucal preventiva que vocês têm
feito. A questão do dia 31 de Maio estar no Calendário Estadual certamente foi
uma luta dos profissionais odontólogos reunidos para buscar essa prevenção e
medidas de conscientização. Nós estamos à disposição no que pudermos ser úteis
para ajudar na divulgação desse evento. Cumprimento também o Ver. Mario Manfro.
Nesse dia o conhecimento técnico de vários profissionais estará à disposição. E
a gente potencializa a luta para que haja os equipamentos necessários no
Município e no Estado para campanhas permanentes na garantia da prevenção da
saúde da nossa população em relação a uma doença tão grave como o câncer bucal.
Quero aproveitar para cumprimentar também os trabalhadores da saúde que estão
aqui conosco - e o nosso Vereador Ezequiel, suplente - que vêm para garantir
que seja aprovada a GIC. É um projeto importante para garantir direitos dos
nossos trabalhadores do Município. Muito obrigada pela atenção e conte conosco,
Dr. Rubens.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RODRIGO
MARONI: Uma
saudação ao Sr. Rubens Machado, Secretário do Comitê das Entidades de Classe
Odontológica. Acho que é sempre fundamental reafirmar a importância de um tema
que, de fato, tem profundidade para a Câmara Municipal, como a questão do
câncer de uma maneira geral. Hoje, as pessoas, basicamente, morrem de duas
coisas, e as duas são pela boca, que é o câncer ou o infarto. Estou errado,
Doutor? Não estou errado, não é? E isso devido à alimentação. Estou errado,
também? Não estou errado, não é? Um médico me dizia que em 99% dos casos,
tirando os acidentes, as pessoas morrem disso. E, lamentavelmente, morrem
fruto, na minha opinião, de duas coisas: primeiro, de uma cultura histórica de
falta de orientação. Nós, até há bem pouco tempo, inclusive até hoje, somos
conhecidos mundialmente como o país dos desdentados. Eu conversava com uma
amiga minha há cerca de quatro ou cinco anos, e ela me dizia que a forma mais
fácil de identificar a classe social da pessoa é olhar os dentes dela,
lamentavelmente. E, de fato, como todas as políticas públicas que faltam,
naturalmente aquilo que não é prioridade para os Governos falta mais ainda.
Eu sou um ex-fumante; fumei até sete anos atrás.
E, seguramente, sei que ganhei alguns anos de vida. Talvez eu vá perder outros,
por outros motivos, mas nisso eu ganhei.
Quero dizer que eu fico muito contente com a
presença do senhor aqui. Já reafirmo, em nome dos meus colegas, não só em meu
nome, a disposição de fazer outros debates. Acho que é prioridade levar isso
para as crianças, porque é difícil demais mudar um indivíduo com 20, 25 anos.
Nós temos aí pessoas com 40, 50 anos que não têm a capacidade de compreender o
quanto é importante cuidar da própria saúde. Eu sempre digo que a melhor
maneira de tu cuidares do mundo é cuidares de ti mesmo. Está aí o Prefeito
Villela que se cuida bastante e empiricamente nos prova isso. Então, muito
obrigado pela sua presença. Conte conosco sempre. Parabéns por estar trazendo
este tema de tanta relevância para a Câmara Municipal.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, em primeiro lugar, boa tarde.
Quero dizer, em nome da bancada do PCdoB, da satisfação de mais uma vez vê-lo,
Dr. Rubens; mais uma vez, o senhor está, como sempre, há anos, nesta
trincheira, mas com uma concepção muito avançada, para além da sua profissão –
eu, para além da minha, como farmacêutica; uma concepção, em primeiro lugar da
porta da entrada, da prevenção, da orientação e da assistência, num processo
que é estratégico para a
saúde como um todo, porque se observamos o pai da Medicina, o Hipócrates, o que
ele dizia? “Que seu remédio seja seu alimento e que seu alimento seja seu
remédio." Como farmacêutica, me identifico muito nesse processo com os
colegas odontólogos. Eu queria também saudar o Ver. Mario Manfro que representa
aqui nesta Casa uma parte dessa importante categoria e é da Comissão de Saúde e
Meio Ambiente, onde temos sempre um trabalho conjunto ali – ali há médicos, tem
uma farmacêutica e o dentista Mario Manfro. Ressalto a importância de ver que
nesta Casa nós conseguimos nos unir em torno da saúde, em torno do Sistema
Único de Saúde, que nós queremos, cada vez mais, que seja colocado à disposição
para todos os agravos da nossa população.
Então,
em nome da nossa bancada e também como farmacêutica, quero dizer da honra de
tê-lo aqui neste Maio Vermelho, que foi uma iniciativa importantíssima do
Comitê das Entidades de Classe Odontológica na luta contra o câncer bucal. O
câncer, de uma forma geral, avança cada vez mais, as experiências estão aí a
nos dizer, e a sua presença aqui também alerta aqueles que estão nos vendo e
nos demanda também a responsabilidade de, cada vez mais, colocar a ciência e a
tecnologia à disposição da saúde da população brasileira. Tenho muito prazer em
homenageá-lo porque sou testemunha de quantos anos o senhor e os seus colegas
estão à frente de lutas como esta, pela saúde integral da população brasileira.
Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ADELI SELL: Minha saudação ao Presidente Villela, ao
Dr. Rubens, a toda categoria dos odontólogos, às entidades representativas que
acompanham o senhor aqui nesta tarde. Quero dizer, em nome da bancada do
Partido dos Trabalhadores - da Ver.ª Sofia Cavedon, Ver. Engº Comassetto, Ver.
Marcelo Sgarbossa e em meu nome -, do nosso empenho em divulgar todas as
efemérides deste mês de maio, do Maio Vermelho, e esperamos que as vossas
entidades nos enviem, durante este mês, também atividades desenvolvidas na
sociedade para que possamos divulgar o mais amplamente possível. E também quero
tomar a liberdade, Ver. Villela, de fazer um ofício, espero que a presidência
possa, de ofício, aceitar, solicitando que as notas taquigráficas com as falas
do Dr. Rubens e dos Vereadores sejam enviadas à nossa Secretaria Municipal da
Saúde, porque aqui é importante a discussão, mas a Secretaria da Saúde, a
municipalidade, tem que saber exatamente o que a classe odontóloga está
demandando na Casa do Povo, e nós, Vereadores, estamos subscrevendo a sua fala
no plenário. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ver. Guilherme Socias
Villela): Solicito à
Taquigrafia que atenda a reivindicação feita pelo Ver. Adeli Sell.
O
Ver. Dr. Thiago está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR. THIAGO: Quero dar-lhe os parabéns pela
exposição, pela compreensão e por vir aqui falar de um tema tão relevante
quanto o câncer bucal. Eu acho que indo um pouco além do que colocou aqui o
Ver. Mario Manfro, com toda a sua propriedade, nós devemos pensar na questão do
encaminhamento dessas patologias. Muitas vezes a gente acaba tendo grande
dificuldade, em fazendo diagnóstico, de poder encaminhar não só o câncer de
boca, mas o câncer de orofaringe que acaba, quando avançado, piorando muito a
qualidade de vida das pessoas. Então eu tenho muita preocupação com isso,
inclusive já tenho um projeto tramitando nesta Casa para que os pacientes com
diagnóstico de câncer possam ter sua consulta marcada diretamente nos
hospitais. Nós temos que eliminar qualquer tipo de intermediador nesse processo
para poder ter alguma chance de cura, para poder ter alguma chance de tratamento
efetivo para esse tipo de patologia. Parabéns pela sua preocupação, parabéns
pelo assunto que traz aqui a todos nós e que é extremamente relevante.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): Obrigado, Ver.
Dr. Thiago. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206
do Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Dr. Rubens Machado, seja muito
bem-vindo a esta Casa. Em nome da minha Bancada, o Partido Progressista, do
Ver. Guilherme Socias Villela, Ver. Kevin Krieger, Ver.ª Mônica Leal e do meu,
dou-lhe as boas-vindas e quero agradecer-lhe por nos prestar essas informações
sobre o Maio Vermelho. Eu queria também cumprimentá-lo pelo excelente trabalho
que a ABO está fazendo no atendimento a algumas pessoas necessitadas. Eu
encaminhei uma pessoa para lá e ela voltou encantada com o atendimento de
professores, orientando as pessoas. O senhor será entrevistado daqui a pouco
pela nossa TVCâmara, e eu peço uma gentileza, que o senhor transmita aos nossos
telespectadores os locais onde serão atendidas as pessoas, se possível até o
endereço para que as pessoas para lá se dirijam. Muito obrigado. Seja muito bem
vindo. Um grande abraço.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): O Dr. Rubens
Machado está com a palavra para as suas considerações finais.
O SR. RUBENS MACHADO: Resta-nos somente novamente agradecer ao
Ver. Manfro e à sensibilidade de todas as bancadas em apoio à nossa iniciativa
do Maio Vermelho. Aqui foram colocados dois assuntos que merecem uma resposta,
Sr. Presidente. Primeiro: o Ver. Nedel lembrou a importância de divulgar os
locais onde serão feitos os exames preventivos. Em Porto Alegre: Largo Glênio
Peres no dia 31 de maio. Depois, em cada município, será escolhido o dia por
cada um para fazer o exame. O exame de prevenção ao câncer bucal é extremamente
simples, basta um profissional capacitado para detectar uma possível lesão.
Depois é o encaminhamento, uma biópsia e depois segue todo um trâmite. Foi dito
aqui também que nós temos um gargalo; detectada a moléstia a rapidez na
execução do tratamento é fundamental. Aí os senhores podem nos ajudar. Não sei
como, mas podem nos ajudar. Existem gargalos que aos poucos, e graças à
atividade do Maio Vermelho nós estamos ampliando e está sendo mais rápido agora
do que era anteriormente. Mais uma vez, a todas as bancadas o nosso obrigado.
Ver. Nedel, a possibilidade de uma entrevista é o que precisamos para levar à
população porque V. Exa. sabe que aquilo que não aparece na imprensa,
infelizmente, em nossos dias não existe. Não basta a boa vontade, a boa lei, o
exame, se a população não sabe que está existindo. Nós estamos nos colocando e
vocês, graças a Deus, estão nos abrindo este espaço. Por isso nós somos muito
gratos. Mais uma vez muito obrigado a todas as bancadas.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): Esta Casa, Dr.
Rubens Machado, agradece a sua presença aqui que muito nos honrou. É-nos grato.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h56min.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 14h57min): Estão reabertos os trabalhos.
A SRA. JUSSARA
CONY (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio
pelo falecimento do Sr. João Benjamin Zaffari, Superintendente do Grupo
Zaffari, que tem tido relações importantes com esta Câmara.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de
silêncio pelo falecimento do jovem Willian Coromberque, do Grupo Hospitalar
Conceição, vitima da violência social.
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Deferimos os pedidos.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, amanhã não teremos Sessão, temos reuniões
das Comissões, e se comemora o Dia Nacional do Taquígrafo, então, eu acho que
seria de bom tom que cumprimentássemos todas as nossas Taquigrafas hoje, quem
sabe, com uma salva de palmas, porque amanhã estaremos dispersos pela Casa.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Feito o registro, boa lembrança, Ver. Adeli,
parabéns, antecipadamente a todas as nossas Taquígrafas da Câmara Municipal. (Palmas.)
(O
Ver. Guilherme Socias Villela reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme
Socias Villela): O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra em
Tempo de Presidente.
O SR. CASSIO
TROGILDO: Boa
tarde, Sr. Presidente dos trabalhos, querido amigo Ver. Guilherme Socias Villela; Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores; público que nos acompanha aqui, nas galerias da
Câmara e também pela nossa TVCâmara.
Venho
a esta tribuna convidar a todos para comemorarmos os 30 anos do nosso Palácio
Aloísio Filho, sede do Parlamento Municipal de Porto Alegre. Lá se vão três
décadas desde que os Vereadores de Porto Alegre começaram, Ver. João Carlos
Nedel, a trabalhar na atual Casa, recém-chegados do Centro Municipal de Cultura
- um dos tantos espaços por onde a Câmara passou ao longo de sua história. Em
1º de maio de 1986, Dia do Trabalho, foi inaugurado o Palácio Aloísio Filho,
prédio de arquitetura contemporânea erguido na Av. Loureiro da Silva, nº 255.
As
atas da inauguração da nova Câmara, Ver. João Bosco Vaz, revelam que o dia da
mudança começou com uma cerimônia de despedida no Centro Municipal de Cultura.
Os Vereadores agradeceram à Prefeitura pela cedência do espaço até que o prédio
novo do Legislativo fosse liberado. Logo depois, as autoridades e os convidados
saíram em caravana precedida por cavaleiros do Regimento Bento Gonçalves. Na
chegada, foram recebidos, Ver. Villela, pela Banda Municipal da cidade de Porto
Alegre.
O
então Prefeito Alceu Collares e o Presidente da Câmara à época, André Forster,
cortaram a faixa de inauguração. Foram descerradas placas na entrada principal
e realizada uma Sessão Solene, seguida de almoço na Estância da Harmonia.
Finalmente, os Vereadores de Porto Alegre tinham sua Casa própria, mesmo que
inacabada à época. O Plenário Otávio Rocha, por exemplo, ainda não estava
pronto, e as Sessões eram realizadas no Plenarinho, hoje, Auditório Ana Terra.
O plenário principal foi concluído apenas em 1995.
Projetado
pelo arquiteto Cláudio Luiz Araújo, o Palácio Aloísio Filho exibe linhas
contemporâneas com características do modernismo. O intuito do arquiteto foi
criar uma sede funcional, que atendesse às necessidades do Legislativo e possibilitasse
uma maior relação com o público.
Diversas
melhorias estão previstas para o ano do 30º aniversário. Um grande desafio da
Câmara é tornar o Palácio Aloísio Filho um prédio sustentável, do ponto de
vista ambiental, com a implantação de um sistema de energia fotovoltaica,
telhado verde, reaproveitamento da água da chuva e do sistema de iluminação com
lâmpadas LED, mais econômicas.
Para
o futuro, ainda sem data prevista, a Câmara terá um anexo de cinco pavimentos,
nos fundos do atual prédio. O projeto arquitetônico está escolhido desde 2014,
por meio de concurso nacional, mas sem previsão orçamentária.
Dos
vereadores daquela época, a nossa estimada Jussara Cony é a única que permanece
na titularidade, também tivemos o Ver. Nereu D'Avila até recentemente. O nome
do Palácio é uma homenagem ao ex-vereador Aloísio Filho pelos 27 anos dedicados
à cidade. Foi ele quem idealizou a construção da nova sede e presidiu o
Legislativo nos anos de 1956, 1960, de 1966 a 1968 e de 1971 a 1974.
Os
30 anos de inauguração do Palácio Aloísio Filho não passarão em branco. Haverá
programação comemorativa, que inclui abertura de exposição, nesta
segunda-feira, e um seminário na quarta-feira, para homenagear a data em que os
vereadores começaram a trabalhar na atual Casa. Foram convidados a participar o
ex-prefeito Alceu Collares, o arquiteto Cláudio Araújo e o ex-vereador João
Dib, entre outras pessoas ligadas à história do prédio, além de historiadores e
cientistas políticos. Todos os Vereadores receberam a programação da nossa
comemoração dos 30 anos e estão todos convidados, bem como o público que nos
acompanha aqui, também os que nos assistem pela TVCâmara, para compartilhar
conosco essa comemoração da história de 30 anos do Palácio Aloísio Filho. Muito
obrigado e um grande abraço a todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): Obrigado,
Presidente.
(O
Ver. Cassio Trogildo reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RODRIGO MARONI: Boa tarde, Presidente Cassio Trogildo;
boa tarde demais Vereadores e Vereadoras, colegas da Câmara Municipal, público
que nos assiste pela TVCâmara em casa, ontem eu estive num ato, provavelmente
vocês devem ter acompanhado um pouco pela imprensa, relacionado ao indivíduo
que deu um chute, um bico na cara de um cachorro, e esse cachorro veio a óbito.
O cachorro era de uma vizinha que mora ali na São Luís. Ontem estiveram lá 500
ou talvez um pouco mais, mil pessoas. Nem vou entrar, no momento, no meu
aspecto da indignação, mas as pessoas caminharam para um lado na hora do ato, e
eu resolvi observar – porque sou um cara muito observador – o outro lado do
ato. Logo que encerrou, as pessoas foram para um lado, e eu fui para o outro,
porque o meu interesse naquele momento era tentar chegar ao assassino do Teo,
que era o nome do cãozinho. As pessoas estavam muito emocionadas. Fui
especulando entre um e outro e descobri que havia um filho desse indivíduo com
o mesmo caráter e com a mesma agressividade e que morava cinco prédios ao lado
de onde as pessoas estavam fazendo o ato, e ninguém havia se dado conta. E esse
cara correu para dentro do prédio. E naquele momento eu pensei: “Não. É para cá
que tenho que chamar o ato.” Chamei o ato para lá, liguei para o Prefeito,
liguei para a Deputada Regina Becker, que se deslocaram para lá – isso era
quase noite – o ato havia começado às quatro horas.
O
que eu tenho para falar para vocês – e não me interessa; eu espero até que o
indivíduo pegue as notas taquigráficas e me processe duas ou três vezes – é que
ele é um indivíduo que tem um caráter absolutamente duvidoso, mau-caráter,
seguramente assassino. Há inúmeras testemunhas oculares, toda a vizinhança do
bairro confirma que ele é um cara agressivo, e ele deu um bico e matou um
cachorro pelo simples fato de o cachorro ter feito xixi na porta do comércio
dele. Era um bichinho pequenino que não deveria ter três quilos. Pois bem, eu
não sou um cara de deixar as coisas pela metade, mas como é uma desgraça
absoluta, eu ia dizer uma merda absoluta: essa lei para os animais, que inexiste! E tem gente que vem falar aqui disso e
daquilo... Passar por cima de um pneu é a mesma coisa que passar por cima de um
cachorro! Ou alguém viu ser preso o assassino de algum animal? Levante a mão
quem viu ser preso o indivíduo que estuprou um animal. Eu pensei: vou lá para
constranger esse cara e saber a realidade para informar o delegado sobre o que
está acontecendo. Eu, que estava a 500 metros desse local, para não chamar a
atenção dele, ia falar com os porteiros, com os vizinhos, eis que,
coincidentemente, porque o indivíduo não tem só o comércio, mas também uma
transportadora de caminhão, cheia de caras parrudos, eles apareceram e me
botaram dentro do carro – o Lopes e a Jose estão aqui para provar. Eles estavam
em 16 pessoas, eu tentei correr para o carro, mas eles estavam com um cabo de
ferro, estavam com capacete e com revólver. Acabei tomando três socos na cara e
uma paulada nas costas por conta disso. Quem mais me bateu foram os filhos dele
– o Lopes estava lá e viu. Os dois filhos dele diziam: “Tu vais morrer! Tu não
vais sair vivo, nós vamos te matar!”. Quantas vezes eu ouvi, Lopes, até entrar?
Se não fosse o Lopes puxar a carteira da Polícia e dizer “olha, gente, nós
vamos atirar aqui e todo mundo vai morrer, vão morrer uns três nossos e três de
vocês”, eles não recuariam. O que eu tenho para dizer para vocês é que é gente
bandida, é quadrilha, é gente que deveria estar na cadeia! E eu vou fiscalizar
até que o cara que matou o Theo vá para a cadeira, porque o delegado me
confirmou isso hoje. Quando eu liguei para o delegado, ele disse: “Maroni, o
cara que fez isso tem que servir de exemplo. Ele tem que ir para a condicional,
para dentro da cadeia!”. Caso contrário, a gente vai fazer atos todas as
semanas e chamar a imprensa, porque o lugar dele é na cadeia. Domingo que vem,
às 16h, vamos estar com caminhão de som, inclusive com o apoio da EPTC e do
Prefeito, para mostrar a toda vizinhança, que já está a favor, que eles têm um
vizinho que é bandido. E bandido que faz mal para animal faz mal para criança.
É um covarde, é um canalha, é um cara que envergonha a espécie humana! Eu
lamento viver na terra num período em que se veja esse tipo de coisa!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A
Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação
de Líder.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Boa tarde a todos e a todas, quero registrar a
nossa solidariedade, Ver. Maroni, diante desse caso gravíssimo do assassinato
do cachorrinho chamado Theo. Acho
que chocou a todos nós, e a luta por justiça para que esse tipo de coisa seja
punida e ao mesmo tempo nunca mais aconteça tem que ser uma luta de todos.
Então, quero trazer a nossa solidariedade aqui na tribuna, dizer que esse tipo
de crime é inaceitável, ao mesmo tempo trazer a esta tribuna uma situação muito
grave. Gostaria de chamar a atenção, Ver. Luciano Marcantônio, do Líder do
Governo, do nosso presidente da CUTHAB, Ver. Elisandro Sabino, sobre uma
situação extremamente grave que acabamos de ter notícia pelo Gildo, do Conselho
Regional de Moradia Popular, que está aqui conosco na tarde de hoje, diante de
uma luta da população da zona norte da nossa Cidade, no Timbaúva, uma ocupação
num terreno que era destinado ao Minha Casa, Minha Vida, mas que foi congelada
a construção das unidades habitacionais por falta dos repasses federais, e que
a comunidade, obviamente, ocupou tentando garantir o direito constitucional da
moradia. Nós sabemos que, infelizmente, a moradia, que é um dos direitos
humanos fundamentais, não tem sido garantida aos nossos porto-alegrenses, são
mais de 50 mil pessoas que não têm onde morar, e ao mesmo tempo, o
conscienciamento das obras dos programas habitacionais, sejam as federais,
sejam as municipais, seja a ausência de uma política efetiva do Governo
Estadual, faz com que a comunidade seja obrigada a fazer ocupações para
resguardar esse direito à moradia digna. Nós tivemos informe, Ver. Dr. Goulart,
de que há uma reintegração de posse para amanhã, o terreno é municipal, estava
vazio, os moradores não foram notificados, não houve nenhum espaço de debate
com o Município de Porto Alegre, com o DEMHAB, com a Câmara
de Vereadores para garantir o direito de mais de 300 famílias e, ao mesmo
tempo, estamos extremamente preocupados com a noticia. Então, falei,
Presidente, para a comunidade que venha até a Câmara de Vereadores para que a
gente imediatamente abra um canal de diálogo com o Executivo, Ver. Luciano
Marcantônio, que foi Secretário Municipal de Direitos Humanos e que sabe que os
direitos humanos estão em risco diante de uma reintegração de posse que nem
sequer cumpre os requisitos legais, judiciais, o que dirá dos requisitos
democráticos do debate democrático com a Câmara de Vereadores para garantir
políticas habitacionais para as famílias, que diante dessa ausência das
políticas habitacionais, ocupam terrenos, nesse caso, um terreno municipal, no
Timbaúva, que estava deserto e que os moradores fizeram uma ocupação e não
houve nenhuma tratativa até a tarde de hoje e parece que já há a reintegração
de posse iminente. Eu fiz esta solicitação, tenho certeza de que os Vereadores
podem receber na sala Adel Carvalho, e que nós consigamos ainda na tarde de
hoje entrar em contato com o Governo Municipal, para garantir que esta violação
grave de direitos não seja perpetrada contra os moradores na manhã de amanhã,
dia 03 de maio, às 6h da manhã.
Eu também quero, neste último minuto que me
resta, falar ao nosso Vereador suplente, João Ezequiel, que junto com os
trabalhadores da saúde veio buscar um direito que é uma conquista, ao mesmo
tempo uma demanda dos trabalhadores da saúde, está previsto para ser votada
hoje a GIT, a Gratificação de Incentivo ao SUS. Há uma discussão importante da
categoria para que esse direito seja garantido, e nós estamos batalhando para
que seja votado nas Conjuntas hoje, mas que também já seja votado pelo conjunto
da Câmara de Vereadores para garantir que esta demanda, há mais de mês, aliás,
a demanda é de mais de ano, mas que há mais de mês que o projeto que está na
Câmara de Vereadores, seja votado, porque aquilo que é bom para a Cidade tem o
apoio do PSOL, tem o apoio dos trabalhadores, tem o apoio daqueles e daquelas
que querem garantir mais direitos para aqueles que estão na ponta, lidando em
situações muito precárias, com a saúde da nossa população, com falta de
equipamentos, falta de estrutura, falta de funcionários, porque, muitas vezes,
adoecem diante dessas péssimas condições de trabalho. E nós precisamos garantir
direitos e conquistas, e ao mesmo tempo, batalhar para que haja mais recurso
para a nossa pública. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, saúdo também os companheiros da
Saúde, que estão aqui, e que hoje avançaremos, sem dúvida nenhuma, conforme já
reverenciou a colega Fernanda Melchionna, no sentido de garantir a GIT, que é
estratégico e de muito merecimento para aqueles que cuidam da vida da população
de nossa Cidade. Então é um prazer tê-los aqui acompanhando esta Sessão.
Mas
eu vou me ater em falar sobre o 1º de Maio, porque é uma data histórica da luta
dos trabalhadores do mundo inteiro. Essa data foi uma decisão da Segunda
Internacional Socialista – como foi também o 8 de Março, Dia Internacional da
Mulher –, em 1889 para lembrar a greve de Chicago, ocorrida
em 1º de maio de 1886, pela jornada diária de oito horas diárias. Até hoje, no
mundo inteiro, muitos trabalhadores ainda continuam lutando pelo direito à
jornada de oito horas diárias e pela garantia de seus direitos previdenciários.
As notícias que temos é de que, no Brasil, o 1º de Maio foi
comemorado pela primeira vez em 1895 e que a data foi transformada em feriado
para que os trabalhadores pudessem festejar o trabalho; o trabalho festejado
pelos próprios trabalhadores que são efetivamente quem constroem as riquezas de
uma nação, no que se relaciona ao Brasil, as riquezas desta Nação brasileira.
É
um grande dia para todos nós, principalmente nos dias de hoje, quando um golpe
midiático, judicial e parlamentar – não escapa ninguém, porque a mídia golpista
é uma parcela significativa de um judiciário golpista –, orquestrado pelo
parlamento mais retrógrado da história deste País, articulado com a direita,
tem um alvo definido e indisfarçado, pois não há mais como disfarçar, e quer
fazer retroceder os benefícios alcançados durante todo o processo de luta dos
trabalhadores e aprofundado ainda, não no patamar que nós queríamos, mas
aprofundado nos 13 anos dos governos democráticos e populares.
A
direita brasileira nunca aceitou a recuperação do nível de renda, por mais
discreta que ela tenha sido, e nós reconhecemos isso, e a reversão da tendência
histórica da diminuição da participação dos salários na divisão da renda
nacional. Aliás, sem democracia e com esse golpe que está em curso, não
tenhamos ilusão, trabalhadores. Nenhum de nós! O neoliberal Fernando Henrique
Cardoso, que foi Presidente da República e que ajudou a afunda esta Nação, já
está dizendo nas suas entrevistas que, sem dúvida nenhuma, o primeiro ataque a
ser feito será na previdência. A saúde vai embora, a previdência, a CLT, porque
sem democracia será o fim dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Aliás, mulheres trabalhadoras que ainda hoje fazem o mesmo trabalho e ganham
menos do que os homens. A luta dos trabalhadores nunca foi aceita, nunca foi
aceita a política de recuperação do salário mínimo, por exemplo, por essa
direita golpista, pelos entreguistas desta Nação; os investimentos para
fomentar o desenvolvimento econômico, para criar emprego, a destinação
constitucional obrigatória de verba para as áreas sociais, como saúde e
educação. Quero repetir aqui: termina a democracia, termina o SUS, porque os
interesses privatistas no setor da saúde continuam, e o SUS foi uma conquista
da luta dos trabalhadores e do povo brasileiro desde a reforma sanitária até o
processo constituinte. A conquista é diária, todo dia nós temos que lutar por
um SUS público de qualidade e contra o entreguismo e o privativismo na área da
saúde. Sem democracia, se vai também o Sistema Único de Saúde.
Esse golpe é o mais sério desafio que os
trabalhadores têm desde a ditadura militar de 1964 quanto às conquistas
históricas que ampliam e aprofundam a democracia e hoje estão tão ameaçadas de
retrocesso. Repito: sem democracia, lá se vão as conquistas históricas dos
trabalhadores brasileiros, os seus direitos trabalhistas, os seus direitos de
CLT, os seus direitos à saúde.
Um eventual governo golpista será duplamente
ilegítimo. Aliás, o seu pretenso titular, Michel Temer, não recebeu um único
voto popular indicando-o para o cargo principal de Estado que passará a ter. E,
sobre ele, terá a marca indelével da fraude que o alçou à Presidência da
República. Além disso, aplicará, como bem alardeado está pelas suas
articulações políticas não só com a burguesia nacional, com a direita nacional,
com os golpistas, mas, também, com os interesses do imperialismo dentro da
Nação brasileira, um programa de traição nacional com o corte dos direitos
políticos, econômicos e sociais, o que foi condenado e rejeitado reiteradamente
pelos eleitores nas quatro últimas eleições presidenciais.
É por isso, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, que a disposição que está em nós – eu falo em nome do meu partido,
mas, também, em nome de movimentos sociais de que participo, sou de origem de
movimento sindical, de movimento da luta das mulheres pela democracia. Aliás, estaremos,
mulheres do Brasil inteiro, de 10 a 13 deste mês de maio, em Brasília, na
Conferência Nacional das Mulheres, e seremos linha de frente para barrar, com a
nossa luta e com a nossa história, esse golpe que querem dar no Brasil. Digo
que a disposição de derrotar esse golpe contra os trabalhadores fez o povo,
nesse 1º de Maio, mostrar na rua a sua resistência democrática. Nesse dia os
brasileiros vão gritar, em todos os momentos, com a sua voz poderosa e unida,
porque a unidade hoje dos trabalhadores é a bandeira da esperança e a chave da
nossa vitória. Gritar que não vai ter golpe, e que se esse golpe vier, nós não
sairemos das ruas para garantir a retomada do mandato constitucional da
Presidente Dilma, que não tem nenhum crime de responsabilidade. Esta é a
posição do Partido Comunista do Brasil, dos seus jovens, dos seus velhos, das
suas mulheres, de todos nós que temos a consciência coletiva, buscando a
unidade com os partidos da base popular e com o povo. Agradeço a atenção e a
educação do nosso Presidente em me alertar sobre o tempo. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio
Trogildo): O Ver.
Clàudio Janta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores,
ontem tivemos vários atos comemorando o 1º de Maio. No Brasil inteiro, os
trabalhadores foram às ruas pedindo que o Governo resolva um problema muito sério
que os 11 milhões de trabalhadores desempregados têm hoje neste País, 11
milhões de trabalhadores que não conseguem empregos, 11 milhões de
trabalhadores que estão fora do mercado de trabalho, seja na indústria, na
construção civil, no comércio ou serviços, 11 milhões de pessoas, dos quais
mais de 7,5% são chefes de família, timoneiros das famílias, levando, com
certeza, a ampliação desse número. São dados do Ministério do Trabalho, são
dados do CAGED, são dados de pessoas que, nos últimos meses, procuraram emprego
ou foram desligadas do mercado de trabalho. Ontem, vimos a Presidente anunciar
medidas que esperamos há seis anos, medidas que não resolvem nada no mundo do
trabalho: anunciou a correção em 5% na tabela do Imposto de Renda que está
defasada em mais de 72%; 5% é uma gota no oceano, não é nada! Hoje, um
trabalhador que ganha 1,8 mil reais paga Imposto de Renda. No ano que vem, com
essa inflação galopante, esse trabalhador, quando ganhar 2 mil reais, vai pagar
Imposto de Renda; então não é nada! O que o movimento sindical quer é uma nova
tabela para o Imposto de Renda, o que o movimento sindical quer é que um
trabalhador, com o suor do seu trabalho, não pague Imposto de Renda, que tenha
coragem e sobretaxe as grandes fortunas, que tenha coragem e cobre Imposto de
Renda de quem tem que cobrar e não de quem ganha 2 mil reais, não de quem ganha
3 mil reais, não de quem ganha 4 mil reais. Ou isso é um grande salário? Hoje,
um salário que paga Imposto de Renda, paga 27%; então, não fez melhoria nenhuma.
Aí, anuncia a correção do Programa Bolsa Família! Uma correção em cima de uma
defasagem de mais de 18%! Mas as coisas concretas para os trabalhadores, como o
veto, Ver.ª Fernanda, do fim do Fator Previdenciário no ano passado, como a
criação das Medidas Provisórias nº 664 e 665, que acaba com o seguro
desemprego, quando 11 milhões de pessoas estão desempregadas. E aí, no ano
passado, criou-se o seguro desemprego com medidas provisórias que são para
tirar dinheiro do Fundo Garantia, para tirar dinheiro do FGTS e dar para o
sistema financeiro. Tirar dinheiro do FGTS e botar no BNDES para financiar
empresas no estrangeiro. Nada disso foi anunciado ontem, nada disso para
estancar a sangria do bolso dos trabalhadores foi anunciado ontem. O que foi
anunciado foi um pacote de ilusões no Dia do Trabalhador, que era para ter sido
anunciada há seis anos. O que nós queremos é o fim do fator previdenciário! O
que nós queremos é a redução da jornada de trabalho que, nesses 13 anos, não
reduziu um segundo, um minuto sequer! O que nós queremos é uma política de
fortalecimento da indústria nacional para a geração de emprego e renda, onde
realmente o emprego seja estável, onde a nossa economia seja baseada no
alicerce de crescimento sustentável da indústria nacional, da empresa nacional,
não no sistema financeiro especulante. É isso que nós queremos! Realmente, no
dia de ontem não tínhamos nada a comemorar, se não estar na rua reivindicando,
estar na rua lutando para melhorar a vida dos trabalhadores brasileiros.
Nós temos certeza, Sr. Presidente, com muita força, fé e
solidariedade vamos continuar na rua, continuar na luta. Ontem, conseguimos
barrar 100 milhões em publicidade que o Governo iria gastar, quando temos
milhões e milhões de pessoas desempregadas. O Governo estava tentando gastar
100 milhões em publicidade, e nós barramos na justiça. Estamos atentos e vamos
continuar vigilantes nas questões do dinheiro público, que esse dinheiro seja
usado para o bem do povo, que esse dinheiro seja usado para melhorar a vida dos
trabalhadores e principalmente para gerar emprego neste País. Nós não podemos
estar com 11 milhões de pessoas desempregadas, com mais de oito milhões de
chefes de famílias desempregados num País que precisa crescer e se desenvolver.
Volto a dizer, com muita força, fé e solidariedade nós vamos melhorar a vida do
povo brasileiro. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Passamos ao
A
Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de
tempo do Ver. Luciano Marcantônio.
A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, poderia abordar, nesse importante momento concedido a cada
Vereador, sobre a conjuntura nacional focando a política e a economia, mas
preferi trazer um histórico das principais ações nesses três anos de mandato.
Inicialmente, eu quero dizer que fui eleita por uma causa, e meu registro é: a
causa animal não se presta para palanque eleitoral. Parafraseando a Ministra Carmem
Lúcia: “Oportunistas não passarão por cima das bandeiras da causa animal”.
Quero ratificar que meu mandato foi construído a partir das demandas, sugestões
e críticas que recebemos diariamente por mensagens, redes sociais, telefonemas,
solicitações que chegam diariamente ao Gabinete. Para a resolução de tais
demandas, nossos colaboradores que estão ou estiveram no Gabinete, na minha
equipe, sempre deram do seu melhor e contribuíram para produção de inúmeros
encaminhamentos, dos quais trago alguns: foram 18 projetos de lei complementar,
12 projetos de lei ordinária, incluindo nesses números emendas que apresentei;
a emenda do Plano Plurianual de 2014 a 2017, que registrou R$ 5,6 milhões e foi
aprovada aqui na Câmara, retirada da verba de publicidade da prefeitura para
ser utilizada pela SEDA em ações dirigidas aos animais. Infelizmente, continuo
a observar que a gestão da SEDA é equivocada, propiciando atendimentos pontuais
e pouco fazendo na execução abrangente de políticas e ações públicas para
resolver o problema da superpopulação, dos abandonos e dos maus-tratos.
Apresentei cinco emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias em 2015, aprovadas
na LDO de 2016; mais sete emendas ao Orçamento de 2016, sendo três emendas
aprovadas no valor aproximado de R$ 800 mil, propiciando uma meta de 10 mil
esterilizações pela SEDA para 2016, valor também transferido da verba de
publicidade do Gabinete do Prefeito e da própria SEDA. Ainda seis proposições de indicação ao Governo Municipal que
entendo como importantes para criação do cadastro municipal de animais
domésticos, que auxiliaria no combate aos abandonos, e convênio com o Governo
Estadual para fiscalização da lei dos cães de aluguel. Também 15 Requerimentos,
47 Pedidos de Providências, 25 Pedidos de Informações, 240 solicitações via
Fala Porto Alegre, 48 pedidos via lei de acesso á informação. De 240
solicitações e Pedidos de Providências, grande parte se refere a problemas com
animais, mas também a inúmeras reclamações relativas ao esgoto pluvial, que
carece de limpeza de bocas de lobo, e também a podas e alagamentos. E ainda
solicitações sobre a situação dos moradores de rua, pois a FASC tem que ser
mais proativa, uma vez que a situação, ao longo da Av. Ipiranga e em paradas
centrais ao longo da 3ª Perimetral, é lamentável. Não há como não convencer
essas pessoas e acolhê-las, dando-lhes novas oportunidades, perspectiva de vida
e assistência médica. E ainda há as solicitações de manutenção de buracos nas
vias públicas, pois a Capital voltou a ter um número incontável de buracos e
desníveis na pavimentação de ruas e avenidas, causando danos e prejuízos aos
motoristas da Capital. Ainda realizamos dez pedidos de representação no
Ministério Público, sendo que dois se tornaram inquéritos civis públicos, cinco
pedidos de investigação junto a delegacias de polícia, 12 pedidos de
intervenção do Comando Ambiental da Brigada Militar.
Ainda
quero dizer que, por minha indicação e com muita alegria, através de reunião
com a regional do IBGE, em 2013, o IBGE implementou, em nível nacional, o CENSO
residencial do número de cães e gatos em todo o País, através de PNS para fins
de planejamento financeiro.
Quero
fazer referência também à execução orçamentária da Prefeitura, pois hoje,
novamente, o Prefeito abordou o tema parcelamento de salários. Desejo dizer que
diante disso, desde o ano passado, estou alertando para a contabilidade
criativa utilizada, inclusive que houve diversos estornos de empenhos, o que
demonstrou claramente as dificuldades financeiro-orçamentárias pelas quais o Executivo
Municipal passava e passa. Não dá para esconder o Sol com a peneira, os
cidadãos devem conhecer a realidade.
As
proposições que julgo mais importantes dentro dos projetos aprovados referentes à
causa animal é o recente projeto de lei educacional alertando sobre crime de
maus-tratos e abandono dos animais, que funciona como pauta de diretriz da
educação ambiental. E também já me referi na Sessão passada, desde a criação da
SEDA, que 8.500 animais mortos foram recolhidos das ruas e que houve 15 mil pedidos
referentes a maus-tratos a animais. Falando em maus-tratos, quero relembrar que
a Frente Parlamentar Porto Alegre sem Maus-Tratos a Animais, a qual presido,
continua atenta, não só a causas que causem comoção na sociedade, como àqueles
que são invisíveis à imprensa. No caso do Téo, aquele cachorrinho que foi morto
covardemente, não passará impune, pois estaremos acompanhando na DEMA, embora
haja desinformação, que querem a criação de uma Delegacia dos Animais em Porto
Alegre, o que já existe, o que faltam são recursos e estrutura adequada. Porém,
o Estado passa por um momento difícil de reestruturação, embora, em 2015,
ingressaram nessa delegacia seis agentes. Ainda é lamentável o fato de que
oportunistas tentam ainda colher votos diante da comoção. Também alerto que,
diante dos casos de zoofilia, por se tratar de crime, todo o cidadão,
principalmente nós, Parlamentares, devemos comunicar formalmente a autoridade
policial ou o Ministério Público, pois ocultação ou não comunicação de crime é
crime também. A impunidade não é culpa exclusiva da DEMA, a legislação federal
é branda, pois ainda está parado no Senado o projeto de lei já aprovado na
Câmara que aumentou as penas dos crimes contra animais. E quero lembrar que
legislar sobre o crime não é competência municipal, para isso precisamos ser
Deputado Federal ou Senador. Outra lei relevante de minha autoria, aprovada por
esta Casa, foi a que regulamentou espaço, tempo, origem, encaminhamento, idade
mínima para animais comercializados em pet
shops, pois o número de solicitações de fiscalização em estabelecimentos
por irregularidade é de 478, desde a criação da SEDA; cem casos por ano, um
caso denunciado a cada três dias. Ainda, relativamente à causa animal, lamento
a não aprovação do projeto de lei que propôs a criação municipal dos direitos
animais, pois conselhos municipais representam o controle social. E não vejo
como governos municipais que se digam republicanos e democratas possam temer
que a sociedade civil oriente e fiscalize mais diretamente suas ações. Mas
ainda não desisti do conselho municipal. Também não passou pela aprovação dos
Vereadores desta Casa o projeto que estabelecia obrigatoriedade da inscrição em produtos
testados por animais, embora tenhamos aprovado a proibição de testes em animais
para desenvolvimento de cosméticos. Era só para permitir ao consumidor poder
escolher entre um produto sustentável ou não.
Relativamente às carroças, foi uma luta nossa
que iniciou em 2004 com um projeto de lei do hoje Vice-Prefeito. O prazo de
oito anos termina em 28 de setembro próximo. Este assunto está no Ministério
Público desde 2013. No meu primeiro ano de mandato levei ao Promotor de Justiça
Luiz Brasil que abriu inquérito para a investigação da implementação do
calendário na retirada das carroças. Como demonstrei ao Ministério Público, nos
quatro primeiros anos da vigência da lei, a implementação andou em passos
muitos lentos. Nós, defensores, não abriremos mão do fim da exploração dos
cavalos em Porto Alegre. Lembro que há diversos projetos de lei em tramitação
em comissões permanentes, pois entendo que o debate é enriquecedor e
dificilmente usarei o art. 81 ou a Reunião Conjunta das Comissões. Dentre esses
projetos em tramitação estão: a obrigação da microchipagem em cães e gatos em
Porto Alegre evitando o abandono; os animais comunitários; a política municipal
de controle populacional de animais domésticos; a desarquivação do projeto de
lei do Executivo para criação de 16 cargos novos de veterinários, pois a SEDA
carece desses profissionais; a inclusão de um médico veterinário nas
coordenadorias do Instituto Municipal de Estratégia da Família; a Lei TWID que
restabelece atribuição da SEDA no resgate emergencial. E, ainda, por ordem de
votação, temos um projeto que tipifica envenenamento como infração passível de
multa. Também o projeto que regulamenta a doação de galos apreendidos em
rinhas, os quais, na maioria das vezes, são simplesmente abatidos. E ainda a
proibição dos fogos de artifício, pois eu ainda não desisti. Também quero
informar que, nesta tarde, estarei protocolando um projeto que obriga que a
prestação de contas de adoção de cães e gatos em Porto Alegre seja registrada
na SEDA, pois há quem diga que resgata 300 animais por mês, então, as
protetoras querem saber onde estão esses animais. Não adianta tirar um animal
de um lugar e depois colocá-lo num depósito de animais. Não serão mais vistos,
adoecerão e não terão a oportunidade de serem adotados, por isso a criação do
cadastro de animais é muito importante para acompanhá-los. Aqui mesmo, em Porto
Alegre, sabemos do caso de uma estatal que contratou uma empresa para resgatar
animais e deu um fim muito cruel a eles. Infelizmente as provas não foram
suficientes para condenar essa estatal, mas hoje as redes sociais e os smartphones produzem provas suficientes
para que os oportunistas sejam incriminados.
Ainda temos atuado em conjunto com o Deputado
Gabriel Souza, veterinário, que tem apresentado importantes projetos de lei
para a causa animal na Assembleia. Colaboramos em diversos projetos. Destaco a
política estadual de controle populacional, o projeto estadual para a proibição
das carroças, a regulamentação dos fogos de artifício e a consolidação de toda
a legislação estadual de proteção animal, que foi sugestão do Governo Sartori,
a fim de facilitar a regulamentação de 14 leis que não são aplicadas, pois não
há órgão ou autoridade que vá se responsabilizar pela fiscalização ou aplicação
de multas e há casos, por exemplo, como o dos cães de aluguel, ou o da
obrigatoriedade de microchipagem dos animais comercializados. Ainda, com o
mesmo Deputado, criamos o primeiro núcleo estadual partidário dedicado à causa
animal, que, junto com a Fundação Ulysses Guimarães e as Frentes Parlamentares
presididas por mim e pelo Deputado, estaremos neste plenário, no dia 21,
realizando o II Encontro Nacional de Ações Públicas, com quatro painéis:
“Abandonos e Maus-Tratos”, “Controle Populacional”, “Recursos Públicos em
Zoonoses” e “Ética e Experimentação Animal”.
Para encerrar, não tenho a intenção de ser
corregedora, Sr. Presidente, entretanto, não sou uma pessoa frustrada, não vou
me abalar por insinuações infantis, e vou deixar mais uma vez claro, cristalino
e transparente, que não me aliarei a oportunistas, desrespeitosos,
paraquedistas, debochados, aprendizes de feiticeiros para ocupar espaços em
nome da causa animal sem o real compromisso que norteia o bem-estar animal.
Primeiro, pelos próprios animais; segundo, porque denigrem a luta que, a muito
custo, ativistas, protetores e apoiadores da causa conseguiram conquistar; em
terceiro, pelo próprio modo como encaro e faço política: com credibilidade e
respeito às cidadãs e aos cidadãos. A demagogia oportunista não avançará sobre
a causa animal. A politicagem rasteira não vencerá. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra em
Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Marcelo Sgarbossa.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, em nome da bancada do Partido
dos Trabalhadores, eu inicio
minha fala neste espaço que era do Ver. Marcelo Sgarbossa, a quem agradeço e
parabenizo pela bela reunião com o reitor da UFRGS, parabenizando também os
diversos líderes que foram de uma grande dignidade, de uma presença bonita, que
honrou esta Casa, colocando, com relação à nossa universidade, nas pessoas dos
seus representantes, o respeito necessário; recolocando.
Aproveito
este tempo para tratar de alguns elementos indicadores, porque quem não olha a
história pode ir no impressionismo das manchetes da grande mídia, que,
infelizmente, tem um lado, numa promoção de um caos maior do que se vive no
País com a clara intenção da desestabilização e da possibilidade do grupo de
oposição ao Governo Dilma alcançar o poder de forma ilícita, de forma não
constitucional - na nossa avaliação -, não só na nossa avaliação, pois, como
dizem já as pesquisas, apesar do esforço da roupagem da legalidade, 66% dos
brasileiros consideram esse impeachment
um golpe, e quase nos mesmos números, ou mais, rejeitam a possibilidade dos que
se apresentam como redentores ou como solução para o Brasil. Se a população
está sentindo, como todos os indicadores que são o resultado da crise
internacional, sim, ninguém desconhece que o Brasil não está isolado, que o
Brasil sente o baque, resistiu o que pôde e desenvolveu políticas anticíclicas,
enquanto países importantes da Europa viviam e vivem ainda índices altíssimos
de desemprego, recessão, redução de direitos e políticas de ajuste dramáticas
para as suas populações, como Grécia, Espanha, Portugal, etc. O nosso País
passou a sentir com mais força desde o ano passado; no entanto, se nós olharmos
na série histórica, vamos ver que os nossos dados ainda são melhores do que em
outros momentos muito mais tenebrosos da história do Brasil, em momentos em que
estávamos sob o controle dos partidos que se apresentam como alternativa e que
produziram, desde o primeiro dia da reeleição da Presidenta Dilma, um
questionamento à sua gestão e uma crise política que inviabilizou ou tem
viabilizado que o Brasil enfrente com galhardia essa fase da crise econômica
mundial. Enganam-se os que acham que, provocando essa instabilidade, colocando
o Brasil nessa crise política e econômica, serão porta-vozes de alternativa
para este País. Todos os economistas dizem que não há saída a curtíssimo prazo,
não há como melhorar indicadores a curtíssimo prazo. E hoje ainda ouvi um
economista, ao meio-dia, na rádio, dizendo que se as políticas adotadas pela
Presidenta Dilma são de ajuste, não são de desenvolvimento como no ano passado,
com as taxas de juros altíssimas, e este economista, que eu não lembro o nome,
dizia que são medidas de ajuste ao capitalismo, medidas envergonhadas à
alternativa que se apresenta dos golpistas, da oposição, da ponte para o
futuro, sim, são adequações não envergonhadas, mas explícitas e maiores ainda
às exigências do capitalismo mundial. E são medidas que, aplicadas, submeterão
o povo brasileiro a mais recessão e a menos possibilidade de igualdade, de
inclusão, de redistribuição de renda. E este País, se não fizer, se não
continuar fazendo políticas nesse sentido, não tem saída. Sei que todos
discursam nesse sentido, mas muitos acham e operam como se isso fosse saída
para o País. Ora, a população, e com todos que conversamos – todos –, ninguém
se vê representado naquela maioria do Congresso e ninguém aposta no Temer como
saída! E ninguém respeita ou admite que a Câmara Federal continue a ser
dirigida por um corrupto, réu da Lava Jato que, de novo, mais uma vez, no final
da semana passada, uma nova denúncia dizendo que o Presidente da Câmara, Cunha,
recebeu propina. O Vice-Presidente da Caixa diz que Cunha recebeu propina. Mais
uma das tantas denúncias que torna inexplicável que o Supremo Tribunal Federal
não tenha afastado, diante de milhões de assinaturas solicitando o seu
afastamento, de requerimentos, de ações e pedidos de liminares no final do ano
passado, e o STF renuncia ou demora ou não se posiciona em afastar esse cidadão
da condução, inclusive do impeachment
de uma presidente de um país. Que moral tem um país quando a justiça não atende
aos apelos populares, quando todas as pesquisas, todas manifestações, mesmo as
manifestações verde amarelo rejeitaram os golpistas e seus líderes, não
deixando que eles participassem das manifestações, repudiando toda e qualquer
corrupção? A única questão que
explica é o acordo espúrio que vimos acontecer na semana passada, que foi o
acordo de votarem, em urgência, o reajuste do judiciário de 78%. O Sr. Cunha, o
Sr. Lewandowski, Presidente do Supremo Tribunal Federal, participaram de um
café da manhã na semana passada chamado de café da cobrança dos compromissos
dos deputados e do presidente da Câmara. Um café da manhã onde o Supremo
Tribunal Federal, pasmem, articula e combina com esse presidente, réu da Lava
Jato, a votação, em regime de urgência, de 78% para o judiciário. Não que os
trabalhadores assalariados de carreira, dos cargos mais baixos e dos médios não
merecessem a recomposição da inflação, mas os magistrados, que são o grande
comprometimento desse setor, ganham muito bem, sim, e se forram com auxilio
moradia, com auxilio alimentação, com outras benesses, com diárias que
envergonham esse País. E o presidente do Supremo Tribunal Federal, que não
afasta o presidente da Câmara, mesmo com todos os apelos do País, mesmo com as
evidências diárias de mais e mais lesa pátria, de recepção de propinas,
interferências ilegais, irregulares, em troca de recursos, em compras públicas,
em beneficiamentos de empresas A e B. Ora, senhoras e senhores, é só isso que
explica que o Supremo Tribunal Federal deixe um corrupto como esse conduzir os
rumos deste País. Isto tem uma consequência gravíssima para a democracia
brasileira, para a aposta da cidadania na solução mediada pela política para os rumos
deste País. E este País não encontra outra solução senão conseguir de fato
conduzir a política representando o povo brasileiro, dialogando com esse povo,
construindo saídas junto com esse povo, e não é esse o caminho que está
colocado. Eu quero dizer que as medidas que a Presidenta tomou, nesta semana,
não são medidas demagógicas, são medidas previstas orçamentariamente, assim
como o salário mínimo reajustou, e reajustou acima da inflação, as políticas
públicas, como a política do Bolsa Família tem que reajustar, senão o poder de
compra dessa Bolsa, que é uma Bolsa importante, emancipadora, solucionadora
da miséria e da fome dos brasileiros, dos mais pobres, teria perdido o poder de
compra em relação ao ano passado. E é por isso que a Presidenta reajusta o
Bolsa Família em 9%; é por isso, neste mesmo marco com a responsabilidade
com este País, que a Presidenta da República renovou os contratos de sete mil
médicos, do programa Mais Médicos, por mais três anos. Era uma demanda dos
médicos e das comunidades. E nós temos trabalhando, no País, 18 mil médicos,
numa política que nós não queremos que seja mais um programa, mas que seja uma
política pública permanente. O Ver. Thiago, que me olha de forma irônica, sabe
que nas últimas chamadas do Mais Médicos só brasileiros entraram. Aliás,
faltaram vagas para os médicos brasileiros que se habilitaram para a última
leva. E, em suma, é a contratação direta, no Brasil, no Governo Brasileiro, dos
médicos que atendem a população em todos os cantos deste País. Não era esse o
debate que fazíamos, que o Sistema Único da Saúde tem que ser potente o suficiente, tem
que resolver os gargalos? Pois a Presidenta, de forma responsável, com previsão
orçamentária, renova sete mil contratos, e eu espero que esse programa se consolide,
que esse programa se qualifique, que esse programa chegue a todos os postos de
saúde deste País, porque nós, que estivemos durante o feriadão do 1º de Maio,
ali na Av. Oscar Pereira, Ver. Pujol, constatamos que estavam com saudades do
medico Jean - se não me engano, o nome era Jean -, o médico que trabalhava 40 horas, Ver. Prof. Alex Fraga, e
que atendia muito bem à população, e que fazia parte do Programa Mais Médicos.
Em Porto Alegre, nós temos muitos médicos do Mais Médicos; estão nos postos de
saúde, onde os médicos brasileiros porto-alegrenses não vão, não querem, não
aceitam e não ficam; me faz sim o Terres,
o Conselheiro do Conselho de Saúde e nosso colega funcionário. Então, Porto
Alegre - não pela situação, pelo Prefeito Fortunati com o Vice do PMDB - aderiu
ao Mais Médicos e resolveu muito dos seus problemas. E só um Governo com esse
respaldo popular que a Presidenta Dilma teve nas urnas é que pode dar rumo a
este País, enfrentando a grande crise mundial.
Eu
trago, para finalizar, alguns dados que eu considero, que tem que ser
considerados no tempo histórico e não no tempo presente, porque o que mais nós
ouvimos é que a inflação está descontrolada, sendo que a inflação, senhores,
ela estava descontrolada em 2002, que era de 12,5%, posso trazer os dados para
os senhores, em 2003 era 9,3%. A inflação, este ano, já se projeta para o ano
que vem, 5,5%, e já está em redução. O desemprego, que a maioria garganteia,
levanta, berra e diz que nunca o Brasil teve desemprego desse tamanho, em 1999,
os indicadores, na época do Fernando Henrique, do PSDB que se apresenta como a
saída para o Brasil, a taxa de desemprego era 12,1%. Em 2001, ainda Fernando
Henrique, 11,2%; em 2003, senhores, 12,3%. Portanto o pior dos nossos anos
ainda é menor que as taxas de desemprego na época do PSDB. Quem vocês acham
que, no Brasil, acredita que o PSDB, que não ganhou eleições todos esses anos,
é alternativa para o País? Ainda mais como um partido que se presta,
lamentavelmente, a golpear a própria Presidente, com quem governou nesses
últimos seis anos e, inclusive, com o Presidente Lula. Portanto a saída para os
brasileiros não é de aventureiro, não é de salvador da pátria, é de se
compreender no mundo, se aprimorar, perceber que o mundo está assolado pelo
capitalismo, reconstruir a sua autonomia, preservar a Petrobras, que é uma
imensa riqueza, que já produz 1,5 milhão barris de petróleo por dia neste País,
e que é a nossa grande riqueza. Então, a saída é a nossa soberania, é a
construção de uma democracia legitimada pelo povo brasileiro e não pelos
golpistas de ocasião.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às
16h07min): Havendo
quórum, passamos à
Estão
suspensos os trabalhos para a Reunião Conjunta das Comissões.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h07min.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela – às 17h09min): Estão reabertos
os trabalhos.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1858/14 – VETO PARCIAL ao
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 174/14, de autoria do
Ver. Delegado Cleiton, que institui o Programa Menos Sal, Mais Saúde e
a Semana Menos Sal, Mais Saúde e dá outras providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Waldir Canal: pela manutenção
do Veto Parcial.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 27-04-16 (quarta-feira).
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Em discussão o PLL nº 174/14, com Veto
Parcial. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a
palavra para encaminhar a votação do PLL nº 174/14, com Veto Parcial.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sei que V. Exas. já têm uma opinião
formada, em grande maioria, mas espero que nós possamos aqui tratar de uma
forma mais tranquila e menos irresponsável – como foi feita por órgãos de
comunicação e algumas pessoas – essa proposta de emenda colocada por mim ao
projeto do Ver. Delegado Cleiton. O Ver. Delegado Cleiton, na verdade, me
disse:“o.k., pode colocar,
Vereadora”, mas não houve possibilidade, os Vereadores não acharam que a
proposta, que era singela e modesta, teria tanta repercussão. Ela é modesta e
singela na proposição, inclusive sem multa nenhuma, só que ela é muito
importante se pensarmos no cuidado em ações preventivas em relação à saúde das
pessoas. Os nutricionistas, as nutricionistas, os cardiologistas, as
cardiologistas, as pessoas que cuidam de alimentação, todos, invariavelmente,
ficaram chocados com a reação ridicularizante, debochada e de pouca importância
que foi dada, de forma geral, pela grande mídia, induzindo as pessoas a acharem
que Vereador tem mais a fazer do que pensar nisso.
Quero
dizer para os senhores e para as senhoras que muitos restaurantes adotaram a
medida, retiraram o sal das mesas; muitas pessoas passaram a se cuidar mais
devido ao grande debate que houve na Cidade – não da melhor maneira, como
poderia ter havido. Essa emenda da retirada do saleiro vem de uma experiência
que o Uruguai está fazendo, Ver. Dr. Goulart. O país inteiro adotou essa
medida! O Uruguai também já trabalha com outras posturas transformadoras,
discriminalizadoras e humanizadoras no seu país; nós, aqui, infelizmente,
pensamos sempre em campanhas e em trabalhos de prevenção relacionados às pessoas
da saúde ou à educação. Parece que não há um compromisso do conjunto da
sociedade com a saúde da população.
Quanto
a esse tema da pressão alta, nós temos indicadores alarmantes,
assustadores, 25% da população, em média, no País, já tem pressão arterial
alterada, e isso é um sintoma de uma série de problemas graves que se dão na
sequência, problemas que vão desde a falência de rins até problemas vasculares
que pode levar à morte, essa é uma das doenças crônicas que podem ser
prevenidas, a baixa qualidade de vida é resultado disso, a possibilidade de
alimentação, de liberdade, enfim.
Queria trazer um outro elemento que é de
conhecimento de todos, existe sal em todos os produtos industrializados que
comemos, hoje o sal é utilizado para a preservação de alimentos, nós já
consumimos o que é previsto pela Organização Mundial de Saúde só nos
alimentando normalmente. Quando cidadãos e cidadãs acrescentam sal ao alimento
que é oferecido nos restaurantes, ele já está colocando sal a mais do que o seu
organismo poderia consumir, e isso não é uma brincadeira de criança, isso é
extremamente grave, isso causa morte, isso causa perda precoce de qualidade na
vida. Uma pesquisa da UFRGS, em parceria com a SMED, mostrou que as nossas
crianças das creches, precocemente, 10% já têm pressão arterial alterada.
Imaginem, crianças de zero a seis anos, pela má-alimentação, pela elevada
presença de sal na alimentação e na preservação de alimentos. Eu entendo que
esse dispositivo na campanha que o Ver. Delegado Cleiton propôs - e vejam que
era uma campanha para ser em abril -, se não houver um esforço, todo ano, do
Delegado Cleiton, não vai ser feito nada. Então, na verdade, seria uma ação
simbólica que ajudaria a dar forma na campanha. Eu lamento que o Governo tenha
vetado sem discutir com esta Vereadora. Conversei com o Gil, representante do
Governo, quero lamentar que o Governo tenha se submetido às pressões da direção
do sindicato da alimentação, porque muitos restaurantes adotaram essa medida,
cito o Barranco, para verem que é um restaurante tradicional de churrasco que
retirou os saleiros de cima das suas mesas. Nós vamos continuar trabalhando na
conscientização. Quero dizer aos senhores e senhoras que o meu voto será contrário ao veto, porque estou
convencida de que essa é uma singela ajuda para as pessoas terem saúde. Quando
nós tomamos a iniciativa, era pensando na saúde das pessoas, pensando em ter
menos pessoas com AVC, com infarto na fila do Pronto Socorro, era pensando em
ter menos pessoas vivendo uma péssima qualidade de vida por muitos anos, porque
não tiveram o alerta, não tomaram medidas preventivas que os fizessem evitar o
sal em excesso.
Então, é nesse sentido que eu peço, senhores e senhoras,
aqui foi votado por unanimidade, que nós derrubemos o veto e mantenhamos esse
dispositivo. Não há multa, não há gastos a mais para os restaurantes, é apenas
um convite a nos somarmos a ajudar na prevenção de doenças e garantir mais
qualidade de vida à população. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para encaminhar a votação do PLL nº 174/14, com Veto Parcial.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, as razões do veto são muito claras. Começam por citar a proposta
vetada como inócua. Aliás, Sr. Presidente, é preciso que fique claro que não
estamos votando o projeto novamente, e sim uma parte do projeto, o projeto em
si já foi sancionado por S. Exa. o Sr. Prefeito Municipal que agasalhou por
inteiro a proposta originária do ilustre Ver. Delegado Cleiton; o que se vota
é, expressamente, a famosa emenda que trata do saleiro na mesa, que engloba
esse assunto sem estabelecer nenhuma penalidade, o que torna essa matéria
totalmente inócua. Ademais, as alegações feitas nas razões do veto, a respeito
das inconstitucionalidades são de uma clareza meridiana, e eu iria além, Ver.
Bernardino Vendruscolo, nós todos sabemos que esse saleiro na mesa é algo
completamente em extinção nos bares, restaurantes e cantinas da Cidade. o que
se vê hoje é colocar na mesa , no máximo, alguns ingredientes como azeite,
vinagre e saquinhos contendo sal, saquinhos contendo açúcar, enfim, contendo
alguns temperos para utilização absolutamente alternativa por parte dos
clientes daquele estabelecimento comercial.
Além de inócuo, além de inoportuno, além de
inconstitucional, esse projeto está desligado da realidade do nosso cotidiano.
Por isso, Sr. Presidente, até para que se atenda a uma das razões do Veto, que
essa matéria, se for o caso, seja examinada com maior profundidade e não da
forma como aparentemente foi no que diz respeito a essa emenda aprovada por
unanimidade numa Sessão que eu acredito não estivesse presente, porque é um
daqueles cochilos que a Casa comete aqui e acolá, gerando situações dessa
ordem. Na empolgação de se aprovar o projeto meritório do Ver. Cleiton – a Casa
toda estava envolvida em assim fazê-lo –, não nos apercebemos da inocuidade
dessa emenda, da sua inconstitucionalidade e, acima de tudo, do seu desajuste
com a realidade cotidiana dos nossos estabelecimentos de alimentação, sejam
bares, restaurantes, cantinas ou semelhantes. Essa figura do saleiro, cada vez
mais, desaparece nesses locais onde servem o famoso bufê executivo. Tem sido
substituída, na maioria das vezes, por uma mesa onde constam todos os elementos
de complementação alimentar, ou seja, o azeite, o vinagre, enfim, óleos de toda
ordem, o sal, o açúcar e outras coisas semelhantes; uma mesa absolutamente
separada, fora da alimentação. Se o freguês tiver interesse em algum daqueles
produtos, pega um saquinho de sal, ou pega o saquinho de açúcar e assim por
diante.
Inócua, ineficaz, sem razão de ser,
inconstitucional, não é digna de nosso Parlamento. Por isso, com o maior
respeito à Ver.ª Sofia Cavedon, dizendo que, se ela pretende fazer uma grande
campanha para reduzir o consumo de sal, certamente vai conseguir, que nem o
Ver. Cleiton conseguiu, grande apoio da Casa. Mas o modo escolhido foi
equivocado, errado, inconsequente, não merece ser aprovado. Era isso, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 174/14, com Veto Parcial.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, e, de uma forma especial, à Ver.ª Sofia, venho a esta tribuna
porque, no mínimo esta sua emenda traz uma discussão que entendo qualificada
nesta Casa sob o ponto de vista da saúde da população. É uma sugestão
interessante e temos que discuti-la no sentido, também, de que acredito que o
Vereador ou a Vereadora não fazem uma emenda por diletantismo, mas para
levantar algumas preocupações, com fundamento. Então, quando um prefeito veta
uma emenda ou mesmo um projeto de um Vereador, acho que temos que levar em
consideração o diálogo como V. Exa. colocou aqui, pois são questões de fundo,
ainda mais esta sobre a saúde da população. Está provado que o sal em excesso
não faz bem – e não vou repetir os dados que V. Exa. trouxe aqui –, causa
adoecimento, sim. E quero fazer uma relação, Ver.ª Sofia, porque se causa
adoecimento, é mais gasto com saúde, e queremos mais investimentos na saúde.
Porque o que gastamos com algo que traz adoecimento, poderíamos investir na
prevenção e na educação para uso racional. Como farmacêutica, sempre estou
pensando no uso racional de medicamentos, porque o uso sem acompanhamento traz
doenças perigosas. Lembro que o sal é um elemento químico, e em excesso vai
causar problemas à saúde da população. Há temperos condimentares – e lembro que
aprovamos nesta Casa a política de plantas medicinais e aromáticas – que,
inclusive, são colocados para apurar o gosto de determinados alimentos. O sal
em excesso é um impacto à saúde e muitas vezes mascara o gosto de alimentos que
são saborosos sem a necessidade de mais sal. Eu falo porque tenho uma certa
experiência de cozinhar mesmo, de fazer, gosto, e, como farmacêutica, sempre
apurei mais, pelos conhecimentos, o cozinhar, o fazer a comida, o sentar à
volta da mesa. Vou dar um exemplo: num peixe, se colocarmos sal demais, vai
mascarar o gosto do peixe. E, muitas vezes, vemos as pessoas colocando sal, o
que faz mal à saúde, deixando de comer um alimento que, ao natural, com uma
pequena pitada de sal com limão, dá outra conotação. Também temos que pensar
que o paladar das pessoas é uma coisa importante porque é satisfatório poder
ter uma boa alimentação. Então, eu voto com Vossa Excelência, sou contra este
Veto e termino dizendo que sempre seria bom os gestores conversarem com os
Vereadores. Não vejo aqui nenhum diletantismo e também não vejo aqui, com todo
respeito que tenho aos meus colegas Vereadores, a desconstituição da sua Emenda
como algo que não seja necessário. Eu creio que ela é necessária e, no mínimo,
gerou um debate que é importante para nós, para a sociedade de Porto Alegre e
que não deve estar relacionado com interesses comerciais, mas, sim, com
interesses da saúde da população.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Obrigado, Ver.ª Jussara Cony.
O
Ver. Mario Manfro está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
174/14, com Veto Parcial.
O SR. MARIO MANFRO: Sr. Presidente, colegas, sem dúvida
nenhuma, tenho certeza absoluta de que a intenção da Ver.ª Sofia Cavedon foi a
melhor possível: chamar a atenção para os malefícios do sal. Até aí, sem dúvida
nenhuma, nós estamos de acordo, faz mal, o sal tem “n” implicações maléficas,
principalmente quando usado em excesso. Vereador, eu me permito antecipar meu
voto a favor da manutenção do Veto por alguns aspectos. Primeiro, porque a
própria emenda não imputa nenhuma sanção a quem não cumprir, enfim. Eu acho
também que interfere diretamente nas atividades particulares, mas, no mérito,
Vereadora, eu acho que, embora nós estejamos caminhando juntos no sentido que o
sal realmente faz mal para a saúde, o fato de criar uma lei proibindo o saleiro
não é esse o caminho. É aí que nós discordamos, porque acho é uma interferência
muito grande do Estado, no sentido amplo da palavra, regular o que a população
vai ter acesso ou não. Seria parecido – e agora puxando principalmente para a
odontologia que é a minha profissão – se nós proibíssemos o açucareiro no café.
Porque o açúcar também faz mal tanto ou mais do que o sal. Então, acho que o
Estado não deve entrar porque aí é uma falta de liberdade individual de cada
um.
Acho
também importante frisar que, como a lei é inócua, não vejo nenhum sentido...
Acho que, sim, nós deveríamos ter ações de divulgação dos males tanto do sal
quanto do açúcar, divulgarmos os seus malefícios, campanhas educativa – a tudo
isso sou favorável. Agora, proibir a colocação de um saleiro na mesa, achando
que, com isso, nós vamos diminuir a hipertensão, ou os malefícios causados pelo
sal, eu acho um excesso. Eu acho um excesso porque principalmente tolhe a liberdade
individual e o Estado se imiscuindo onde não deveria. Acho que, nesse sentido,
não concordo. Reitero: acho que temos que fazer campanhas educativas mostrando
que o uso abusivo do sal, Ver. Dr. Goulart, é nefasto, é ruim, que o suo
abusivo do açúcar também é ruim, mas não proibindo a sua utilização. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra
para encaminhar a votação do PLL nº 174/14, com Veto Parcial.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu acho que esse assunto, Ver. Pujol, esse assunto do sal na mesa
já rendeu muitos comentários desairosos contra os Vereadores de Porto Alegre.
Também acho que não ter sal em uma churrascaria não faz falta, porque o
churrasco já vem salgado. Nunca vi nenhuma churrascaria servir churrasco sem
sal, ainda mais no Rio Grande do Sul, em que se coloca sal grosso. E lá na
capela onde mora minha mãe, capela da igreja, em Ibiraiaras, também se põe o
sal de um dia para outro, sal fino, é um tempero diferente, então não precisa
ter saleiro na mesa. Então, nós legislarmos sobre isso... e perdermos um monte
de tempo novamente sobre esse assunto? Quando eu vou ao médico, ele me diz:
“Cecchim, tu estás com o açúcar elevado! Para de comer sobremesa!”. E, mesmo
assim, às vezes, eu não paro. Mas isso é o médico que me diz! É a minha saúde,
e se eu não parar o problema é meu! Agora, imaginem se a Prefeitura disser: “Tu
não podes comer...”. Vem cá, mas o mais interessado na minha saúde sou eu! Por
que o Estado tem que proibir? O Estado tem que fazer campanha, isso é verdade,
fazer uma campanha. O Ver. Delegado Cleiton quis fazer uma discussão e mostrar,
até aí tudo bem. Agora, proibir o saleiro na mesa... Eu tenho certeza de que nós,
Vereadores de Porto Alegre não vamos levar mais uma vaia em função disso. Por
isso quem quiser colocar o saleiro na mesa, coloque! Quem quiser colocar mais
sal na comida, coloque! Mas quem deve cuidar da sua saúde, da sua própria saúde
é a pessoa. Eu tenho que cuidar da minha saúde! Os outros têm que cuidar, as
pessoas têm que cuidar de sua saúde se quiserem. Faz bem cuidar da saúde, agora
não vai ser por lei que nós vamos cuidar da saúde de ninguém, porque senão não
haveria mais doentes, Dr. Goulart – o senhor que é um médico com muita
experiência. Eu sei que os médicos recomendam: menos sal, menos açúcar, menos
café! Nada de álcool, nada de fumo! Imaginem se tudo isso em lei fosse
cumprido! Metade dos hospitais estaria fechada também! Que coisa maravilhosa!
Mas isso tem que ser de cada pessoa, não pode ser uma lei dos Vereadores de
Porto Alegre a fazer isso, Ver. Mendes Ribeiro, V. Exa. que falaria sobre o
assunto e gentilmente pediu que eu falasse porque nós pensamos da mesma
maneira: chega de legislar em cima de coisas que cada um pode cuidar, senão,
amanhã, quando formos às ruas, supermercados, aonde passarmos, vamos levar
vaias da população. Vamos cuidar das coisas importantes. A saúde é importante,
mas vamos cuidar cada um da sua própria saúde que já está bom. Não precisa a
Câmara de Vereadores fazer lei para as pessoas cuidarem da sua saúde. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra para encaminhar a votação do PLL nº 174/14, com Veto Parcial.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Cassio Trogildo;
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; vários dos parlamentares que aqui estão,
hoje, no dia não votaram esse projeto. Nós ficamos até tarde debatendo e a votação
foi simbólica, o que causou um desconforto para muitos de nós, porque a
sociedade nos cobrou. O projeto em si, a proposta do autor Ver. Delegado
Cleiton, está instituindo um programa, ele não é extremamente obrigatório.
Nessa linha, Ver. Delegado Cleiton, o nosso parecer na CEFOR foi favorável pelo
mérito. Acho que a campanha, a publicização tem mérito, diga-se de passagem,
inclusive, no art. 1º, há um excesso, há uma redundância, porque diz o
seguinte: “Fica instituído o Programa Menos Sal, Mais Saúde e a Semana Menos
Sal, Mais Saúde, com o
objetivo de conscientizar os servidores municipais, os alunos da rede municipal
de ensino e a população em geral”. Olha, se é a população em geral, não haveria
a necessidade de sinalizar as questões de alunos e servidores. População em
geral já contempla a todos, independente de questões de classes. É uma mera
formalidade, é uma situação técnica que, no meu entender, está a mais, mas nada
prejudicial à proposta, à ideia em si.
Agora,
a emenda vem obrigar os restaurantes. Ora, assim, é claro que excesso de sal – e
aqui nós temos os médicos que já devem ter falado a respeito disso hoje e no
dia da votação – faz mal à saúde, para uns mais, para outros, menos. Como já
disseram aqui os colegas que me antecederam, o açúcar, Ver. Tarciso, para uns,
mais, para outros, menos, faz mal. Só que, se nós seguirmos nessa linha – e, há
poucos dias, não aprovamos a pretensão também de querer passar para os
restaurantes, boates e similares a ideia das camisinhas, dos preservativos -,
nós temos de parar querer determinar à sociedade empresarial ou aos
restaurantes a obrigação que tem de ser do Poder Público, que é de instruir,
ajudar, incentivar, fazer campanhas publicitárias de conscientização da
população. É um exagero querer obrigar os restaurantes a disciplinarem a
questão do saleiro. Nessa linha estaria o açúcar, amanhã o vinagre, depois o
azeite. E. olha, lá em Irai, cinco litros de água afogam. Então, daqui uns
dias, alguém vai vir com algum projeto dizendo que não pode colocar muita água
na mesa, porque vai afogar o cliente.
Então, eu acho que realmente os Vereadores têm
que se conscientizar disso, temos que tomar cuidado, porque ninguém é professor
aqui, nem corregedor, temos que evitar, Vereadores, senhoras e senhores, as
cobranças que vêm da sociedade. E eles têm razão, porque não é o restaurante
que tem que ficar com essa obrigação, olha o desconforto com os clientes! Não
estou nem entrando nas questões das piadas que nós todos ouvimos nos últimos
dias. Então, Ver.ª Sofia, lamentavelmente, não vou apoiar a sua emenda, acho
que a sua intenção é boa, mas não é para os restaurantes. O Poder Público, de
modo geral, é que tem que assumir essa responsabilidade de conscientização.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Cassio Trogildo): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 174/14, com Veto Parcial, como autor.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Srs. Vereadores, a locomoção e os dois degraus de
escada aqui já me cansaram, depois eu vou pedir um atendimento para o Dr.
Humberto. Ouvi muitas falas aqui e vi que muitos colegas não leram o projeto.
Existe um projeto de prevenção e uma emenda. Eu vou explicar para quem não leu,
porque eu já vi alguém subir aqui e dizer que tem que fazer campanha. O projeto
era de campanha nas escolas e nos locais públicos municipais, para que toda a
comunidade de Porto Alegre também ficasse sabendo. Então não foi um erro nem
uma redundância. Nós podemos aplicá-lo nas escolas públicas e nos órgãos
públicos municipais, mas nós queremos mais, queremos que seja repassado. Até
porque, senhores, essa prevenção, que dizem que é proibida aos Vereadores
fazerem, é a prevenção que vem para diminuir as filas nos hospitais e nos
postos de saúde. E quem não frequenta posto de saúde não sabe disso, que tem
uma fila de 50 pessoas para dez fichas. Então, é trabalhando com prevenção que,
de repente, no futuro, nós teremos diminuição das doenças. Então, o Vereador
tem que fazer leis de proibição e de prevenção também para quem não tem
condições de pagar médico particular. Então, o correto é trabalhar com
prevenção, senhores. Eu acho que isso
também faz parte da função de Vereador. Esse foi o intuito. E se foi certa ou
errada a proibição, teve uma boa intenção.
Com
relação ao meu projeto, a mídia resolveu não pensar nesse intuito, mas na
proibição. “Ah, não é assunto para Vereador, não é assunto para legislador”,
então voltem a não usar o cinto de segurança. Proibiram, é para a saúde e é
individual. Voltem a não usar o cinto de segurança!
Não
pode proibir o individual? Então, deixa a velocidade máxima, que a EPTC não
multe mais, deixem os caras passarem a mil. Não se ponha lombada, deixem o cara
passar a mil! Não proíbam.
Em
vez de subir aqui e dizer que essa não é a função do legislador, desculpem, mas
vamos pegar o Google e vamos ver qual é a função do Vereador. Hoje em dia é o
Google, antigamente era o Aurélio. Vamos para o Google e vamos ver quais são as
funções do Vereador. Quanto ao mérito do seu projeto, eu vou-lhe dizer que não
coloquei nenhuma vírgula contra ou a favor, até porque tinha essa intenção
inicial de prevenir; prevenir para que não tenhamos um acúmulo de pacientes nos
hospitais. Obrigado, senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a
palavra para encaminhar a votação do PLL nº 174/14, com Veto Parcial, pela
oposição.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu,
primeiramente, agradeço pelo espaço de oposição – PCdoB, PSOL e PT. A fala do
autor do projeto, Ver. Delegado Cleiton, acredito que nos contempla – pelo
menos a mim – com relação àquilo que tinha escrito para falar. Tudo já foi dito
pelo Ver. Delegado Cleiton, inclusive usando o exemplo do cinto de segurança.
Ou seja, a ideia de que usar o cinto ou não usar o cinto, a obrigação de ter
que usá-lo se imiscui na esfera individual, e, portanto, tiraria a liberdade da
pessoa não utilizar o cinto de segurança está totalmente ultrapassada. Hoje o
cinto está consolidado, muitas mortes são evitadas pelo uso do cinto de
segurança. As mortes no transito não são só uma questão individual do sujeito
que optou, digamos assim, por não usar o cinto, mas geram todo um impacto no
sistema de Saúde. Eu também, Ver.ª Sofia, no meu viés mais libertário, digamos
assim, claro que há um certo desconforto em saber que eu terei que pedir o sal
para o garçom. Agora, se isso chega a causar uma comoção, eu lhe questionaria
profundamente se coisas muito mais importantes, aí, sim, teriam o sentido de
ter alguma comoção na sociedade. Eu acho que nós, aqui, não podemos legislar
fazendo o projeto, testamos na sociedade e, dependendo da repercussão... Neste
caso, as repercussões foram para um lado, o Ver. Delegado Cleiton colocou, não
se discutiu o caráter preventivo da redução do uso do sal, e sim essa questão
mais jocosa ou a questão de que os Vereadores não tem o que fazer para ficarem
discutindo isso? Não, nós temos um papel. Na semana passada, quando discutimos
o tema da Brigada, temos um papel civilizatório e não podemos estar aqui à
mercê do que um colunista de um jornal coloca, se tem uma repercussão, porque
achou uma palavrinha-chave que ironizou e aquilo pegou, não pegou! Então,
vejam, nós não estamos aqui tratando de um tema que está estritamente na esfera
individual do sujeito, porque o seu problema de hipertensão, o seu problema
cardíaco respinga lá nos custos do Sistema de Saúde, e aí pagamos todos nós.
Portanto não estamos falando daqueles direitos que simplesmente afetam a
individualidade. Então começamos por aí. O Ver. Delegado Cleiton citou a
questão do cinto de segurança. E as leis antitabagistas que proíbem o fumo em
determinados lugares? Aquela imagem do sujeito com câncer de esôfago na
carteira de cigarro? Bom, tudo isso foram obrigações, através de legislações,
que foram colocando, no mínimo um constrangimento, e proibições de onde fumar
nas cidades. O Ver. Delegado Cleiton cita o Google para irmos lá e olharmos.
Eu, quando me coloquei à disposição para concorrer a um mandato para o
Parlamento Municipal sabia que o meu trabalho aqui seria o de permitir
situações, proibir condutas, e eu acho que nós não temos problema em testar. A
cidade tem, sim, que testar alguns restaurantes, a Ver.ª Sofia já colocou, já
implementaram esse teste. O Uruguai aplica essa lei, não vejo nenhuma comoção
na sociedade pela falta do saleiro nas mesas. Está perfeitamente aceito. Ainda
não tenho nenhuma pesquisa, Ver.ª Sofia, do quanto foi o impacto positivo na
redução do consumo de sal, mas acredito que já deva ter. Então, só isso já
justificaria termos aqui, e nada obsta. Se isso efetivamente fosse uma comoção
social, um problema social a falta do saleiro então poderíamos no futuro
revogar. Mas não estamos nem nos dando a chance de testar porque alguns
colunistas, alguns órgãos da imprensa resolveram pegar a discussão naquela
parte ridicularizante de trabalho do parlamento municipal. Então estamos aqui
defendendo que não podemos estar à mercê dessas opiniões que não vão a fundo
nos temas. Tivemos aqui entidades, não lembro quais, se não me engano o
Conselho de Nutrição esteve na Câmara defendendo a emenda, mostrando os
argumentos favoráveis em uma Tribuna Popular, eu estava aqui e pude acompanhar.
Então acho que, independente de opiniões públicas, ou de órgãos de imprensa,
posicionarmo-nos pelo que for pelo bem da nossa Cidade. Fica o nosso apoio e
esperamos que os Vereadores acompanhem e que pelo menos não seja esse o motivo
de mudança de posição, ou seja, por que alguns jornalistas criticaram da forma
como criticaram e simplesmente mudariam de posição. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, realmente o impeachment
para mim não é um golpe, agora, esta emenda foi um golpe. Esta emenda entrou
num projeto que veio para educar, para esclarecer, para melhorar a vida das
pessoas. Agora o meu livre arbítrio de comer carne gorda, de comer sal, ninguém
pode tirar. Eu tenho que usar cinto de segurança porque estou colocando em
risco a vida de outras pessoas, agora, o meu direito de comer um aipim, uma
batata frita com sal ninguém pode tirar. É meu direito de comer um
aipim, uma batata frita com sal, ninguém pode tirar. É meu direito, o direito
da pessoa que nasce de viver, e o direito da pessoa que nasce de se matar. É o
meu direito! É um direito que eu tenho, e ninguém tem o direito de legislar
sobre a minha vida, ninguém tem o direito, nem esta Casa! De dizer que eu não
posso comer uma batata frita com sal no restaurante, de dizer que eu não posso
comer o aipim com sal, de dizer que não posso botar mais sal no meu bife. Pelo
amor de Deus. O que é isso? Em que mundo nós estamos? Aí, vou chegar num
restaurante lotado – a Ver.ª Sofia diz que é só levantar a mão –, não é só
levantar a mão, eu quero ter o direito de ter o saleiro aqui. Acho que nós
temos que ter coragem aqui, coragem. Quando entrou o projeto aqui que proibiu o
expositor de cigarro, eu tive a coragem de proibir a questão da bebida, mas tem
que ter coragem, a bebida faz muito mais mal para a vida das pessoas do que o
sal. Muito mais mal que o sal. Olha o que faz a cachaça, o álcool, na vida das
pessoas. Quantas pessoas entraram nos nossos hospitais neste fim de semana?
Quantas famílias foram destruídas na nossa Cidade neste fim de semana por causa
do álcool? Quantas famílias deram entrada por causa do álcool, que ataca a
hipertensão, que ataca o sistema nervoso, que ataca o sistema arterial, que
ataca o sistema imunológico e que ataca todo o organismo do ser humano e,
principalmente, ataca a família. Faz a pessoa cometer crimes, faz a pessoa
cometer agressões, faz a pessoa dirigir embriagado, fazer “pegas”, tirar vidas,
faz a pessoa brigar. Faz uma série de coisas o álcool. E aí eu não vejo essa
coragem de proibir o álcool nos bares, não vejo essa coragem de proibir o
álcool nos restaurantes, eu não vejo essa coragem de proibir a propaganda de
álcool nas televisões em Porto Alegre. Eu não vejo essa coragem. Agora proibir
o coitado do sal na batata frita e no aipim, a gente proíbe. Isso é um direito
das pessoas, nós estamos, cada vez mais, tirando o direito do cidadão, o
direito das pessoas. Em vez de educar as pessoas, nós estamos tirando o direito
das pessoas. O projeto do Ver. Delegado Cleiton é um projeto de educação, não é um projeto de tirar direito de
ninguém. Menor na escola, na escola do Município, que é a escola de base, menor
na escola, ensinando as crianças. Não tira o dinheiro de ninguém, ensina,
educa. Agora, a emenda, ela tira o direito das pessoas, que já adquiriram essa
cultura, que já nasceram com essa cultura. Eu acho que esta Casa não é pautada
por imprensa, esta Casa não é pautada por um ou dois jornalistas, esta Casa é
pautada pela vontade do povo. Esta Casa é pautada por quem nos colocou aqui
dentro, e nós viemos para cá para trabalhar pelo povo de Porto Alegre. E o povo
de Porto Alegre quer o seu direito, o seu direito de estar no restaurante e tomar
sua cerveja. Por isso que ninguém entrou com um projeto proibindo cerveja. O
povo de Porto Alegre quer o seu direito de comer a sua batata frita, seu aipim,
e ninguém entrou com um projeto e que vai ser derrotado, hoje, este projeto de
proibir as pessoas de usarem o seu sal na sua batata frita e no seu aipim. Esse
é direito das pessoas. Nós temos que parar de tirar direito das pessoas,
direito que as pessoas adquiriram no seu dia a dia, na sua educação, como o
sal. É o direito que as pessoas adquiriram. Então, eu acho que esta emenda foi
um golpe, esta emenda foi incluída num projeto que educa as pessoas, um projeto
que é criado lá na Pré-Escola, um projeto que é criado lá na nascente da
educação das crianças de Porto Alegre. E foi embutido na hora errada, foi
embutido na hora que sequer a votação deste projeto foi nominal, porque, senão,
tenho certeza que esta emenda não passaria. Então, por isso nós encaminhamos
para votar contra esta emenda e a favor do projeto. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal o PLL nº 174/14, com
Veto Parcial. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) REJEITADO o Projeto por 06 votos SIM e 24 votos NÃO. Mantido o Veto Parcial.
O SR. DELEGADO CLEITON: Eu vou entregar a minha Declaração de
Voto para que seja juntada aos autos e para que os colegas possam ler.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Apregoo Declaração de Voto firmada pelo Ver.
Delegado Cleiton. (Encaminho justificativa de VOTO FAVORÁVEL ao Veto
Parcial ao PROC. Nº 1858/14 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 174/14, de
autoria do Ver. Delegado Cleiton, que institui o Programa Menos Sal, Mais Saúde
e a Semana Menos Sal, Mais Saúde e dá outras providências, embora contrário a
posição do Poder Executivo em vetar a emenda proposta. Em que pese acatar o
veto, cabe ressaltar que a medida proposta pela parlamentar, no entender deste
autor, não feria a aplicabilidade da norma e nem representa qualquer vício
legal, orgânico, constitucional ou formal de ordem material que viesse a
comprometer a norma aprovada por esta Casa Legislativa. Resignado acatamos o
veto, mas salientando nossa contrariedade que nos leva a apresentar esta
justificativa e declaração de voto/voto em separado. Sala de Sessões, 02 de
maio de 2016.)
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. S/Nº – (Ver. Dr.
Thiago) – requer
renovação de votação do REQ. Nº 30/16 –
(Proc. nº 0807/16 – Vereadora Sofia
Cavedon e outros – Bancada do PT) – requer
seja encaminhada Moção de Repúdio à Médica Pediatra Maria Dolores Bressan e ao
Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), pela atitude da médica
pediatra, que se negou a continuar atendendo o filho da Vereadora Suplente
Ariane Leitão, por ser filiada ao Partido dos Trabalhadores, e pela fala do
Presidente do Simers, em apoio à atitude da médica.
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em
votação o Requerimento
s/nº, de autoria do Ver. Dr.
Thiago. (Pausa.) O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para encaminhar a
votação do Requerimento
s/nº, de autoria do Ver. Dr. Thiago.
O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, quando fazemos partos, quando somos contratados por algumas
senhoras, o crucial é ficar de plantão em casa esperando nascer um nenezinho,
principalmente na época de férias, quando a família toda vai para a praia. Não
é raro o médico ficar sabendo que nasceu o nenê da paciente através do jornal
ou de um amigo. Muitas vezes, acontece isto: a paciente desiste de fazer o
parto com o médico contratado sem que ela avise. Não há escândalo nenhum, os
médicos sabem que isso pode acontecer, é do jogo.
Segundo: paciente que estiver em estado grave tem que ser
atendida pelo médico que estiver mais perto. Qualquer pessoa que se sentir
doente tem que ser atendida por um médico, e o médico pode se negar a atender
se existir serviço de pronto socorro perto ou se houver outros médicos que
façam o mesmo trabalho que ele faz. Não é obrigatório que o médico atenda uma
pessoa que não lhe traz empatia. Assim como a paciente abdica do médico – às
vezes, sem avisar –, o médico pode abdicar da paciente também, pode não querer
mais atendê-la. Quando a paciente está no consultório, na enfermaria ou no
ambulatório, o médico a recebe, atende, encaminha e diz que não quer mais
atendê-la. Quando a paciente está em casa, numa cidade como Porto Alegre, que
tem “n” pontos de saúde, ela pode, pela Internet, pelo WhatsApp, pelo telefone, dizer: não
traga mais a pessoa aqui que eu não quero atender, não me sinto bem atendendo.
Isso pode acontecer, não é crime, não tem problema nenhum. O que não pode
acontecer são as coisas que eu falei antes; isso pode acontecer.
Quarta coisa, o Sindicato Médico é uma instituição honrada;
é uma instituição que está aí há muito tempo ganhando Top de linha em todos os
concursos de opinião pública e de opinião de instituições. O Sindicato Médico
tem uma luta enorme pelos médicos, não os deixa mal, ajuda na previdência,
ajuda no Imposto de Renda, ajuda em tudo com os seus técnicos, e não menos trabalha
para as pessoas que são maltratadas na saúde. As pessoas que dormem no chão, as
pessoas que têm um número de 50 para dez fichas para serem atendidas, das
pessoas que foram abandonadas nos bancos de hospitais com grandes, com soro,
ele denuncia, trabalha isso. Então nós não podemos achar que esse caso que
aconteceu com a médica que não quis atender mais uma pessoa, porque não se
sentia à vontade, não tem nada de crime, nada de errado, nada de antiético
nisso, ela não quis mais atender. Quantas vezes a gente recebe uma paciente,
conversa com ela, porque ela está ali na frente, atende e diz: a partir de hoje
não quero atender a senhora mais. Isso pode acontecer, é permito que aconteça.
E agora, me vem a informação de que a pessoa ofendida entrou com uma ação de R$
240.000,00 contra a médica por danos morais. Duzentos e quarenta mil reais, de
apoio moral, nas vésperas de eleição é coisa boa.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João
Bosco Vaz, o Requerimento s/nº, de autoria do Ver. Dr. Thiago. (Pausa.) (Após a
chamada nominal.) APROVADO por 20
votos SIM e 07 votos NÃO.
O SR. CLÀUDIO
JANTA (Requerimento): Sr. Presidente, em função de ter sido apreciado
nesta tarde, na Reunião Conjunta das Comissões, o PLE nº 003/16 e estarem aqui
os funcionários da área da Saúde, eu queria pedir que V. Exa. – Governo e
oposição fizeram um acordo – o incluísse na Ordem do Dia de hoje.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Esse projeto para o qual o Ver. Clàudio Janta
pediu priorização foi votado na Reunião Conjunta. A Diretoria Legislativa está
providenciando o processo para verificar a orientação de voto. Nós daremos
sequência à Sessão e, tão logo tenhamos o processo na mão da DL, colocaremos em
votação o Requerimento do Ver. Clàudio Janta.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr.
Presidente, esse requerimento faz com que a votação seja agora, não é?
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Vereador, nós não temos condições nem de votar o
requerimento, porque o processo não está aqui conosco, ele fez parte da Reunião
Conjunta das Comissões. Eu não posso colocar em votação o requerimento para
votar agora o projeto, porque o projeto não está aqui, e nós não vamos
paralisar a Sessão. Na verdade,
estamos fazendo um esforço para apreciar o projeto hoje, porque ele foi para a
Ordem do Dia após a Reunião Conjunta das Comissões.
O SR. REGINALDO PUJOL: E eu estou fazendo um esforço maior, Sr.
Presidente, para que o projeto esteja aqui.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Sim, já foram buscá-lo. Não havia nenhum
acordo para que ele fosse votado hoje, não estava priorizado para hoje, por
isso não está aqui. Para que não pairem dúvidas, este projeto estava na
priorização, mas estava aguardando a aprovação na Reunião Conjunta das Comissões.
Foi solicitado, mas condicionado à aprovação na Reunião Conjunta das Comissões.
O SR. KEVIN KRIEGER (Requerimento): Presidente, solicito o adiamento da
discussão do PLE nº 044/12 por três Sessões.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Kevin Krieger. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 0825/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 058/13, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, que
obriga o Legislativo Municipal e os órgãos da Administração Direta e as
entidades da Administração Indireta do Executivo Municipal a utilizarem papéis
de expediente de uso diário confeccionados com papel reciclado e revoga a
Resolução nº 1.547, de 8 de junho de 2001.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela existência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. Idenir Cecchim: pela rejeição do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela rejeição do Projeto;
-
da COSMAM. Relatora Verª Jussara Cony: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia em 07-10-15;
- discutiram a matéria os Vereadores Marcelo
Sgarbossa, João Carlos Nedel, Fernanda Melchionna, Sofia Cavedon e Mauro
Pinheiro em 27-04-16.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLL nº 058/13. (Pausa.) O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra
para discutir o PLL nº
058/13,
por cedência de tempo do
Ver. Prof. Alex Fraga.
O
SR. MARCELO SGARBOSSA: Agradeço ao Ver. Prof. Alex por ceder seu tempo
para eu debater um projeto tão importante como este. Um projeto, inclusive,
que, para nossa surpresa, ganhou um apoio, uma repercussão na sociedade, nos
últimos dias, que nos espantou, Ver.ª Sofia. Nós divulgamos nas nossas redes
sociais, o que tomou uma proporção que nos surpreendeu. O projeto basicamente
obriga – estamos aqui como legisladores para criar obrigações, permitir
condutas –, de forma gradual, o Município de Porto Alegre, a Administração
Pública como um todo, a inserir o papel reciclado no seu material de uso
diário.
O Ver. Nedel, na semana passada, subiu à tribuna para dizer
que era difícil, que não era possível a Administração utilizar o papel
reciclado, inclusive trazendo um dos estudos - na Internet encontramos alguns
estudos -, anexando um deles ao processo.
Tomei o cuidado de fazer um histórico.
Sabíamos que essa iniciativa já tinha um histórico, do então Ver. Beto Moesch,
com quem fizemos contato. Ele primeiro me lembrou, é verdade - basta olhar nos
próprios vetos que chegam aqui, assinados pelo Prefeito Municipal -, que já
sendo usado o papel reciclado. O Ver. Beto Moesch me lembra que em 2006, se não
estou enganado, o então Prefeito Fogaça adotou o papel reciclado em 90% do
papel utilizado na Administração Municipal de Porto Alegre.
Em relação a este tema dos custos,
colocado pelo Ver. Nedel, que haveria um custo maior, relato aqui, com a
permissão do Ver. Beto Moesch, que inclusive me aconselhou, coisa que não o fiz
porque é um tema... Eu não poderia ficar comparando, entre as várias empresas,
o custo do papel, porque depende do tamanho da compra, se a compra é de um
determinado tamanho, de uma
determinada quantidade, logicamente, influência no valor, numa eventual
concorrência pública. Mas o Beto Moesch, o então Vereador, me colocou que não é
mais caro e efetivamente não é, basta também – assim como também fez o Ver.
Nedel – pesquisar no Google, onde se encontra facilmente, mas ali estão
inúmeros outros estudos e demonstrações, inclusive, de valores que mostram que
efetivamente o papel reciclado não é mais caro, pode ser utilizado até sete
vezes. E nós tivemos o cuidado, no nosso projeto de lei, de colocar no
parágrafo § 1º do art. 2º: “excetuando essa obrigação ao serviço de acordo com
a sua natureza, ou exigência legal que impõe papéis especiais”. Ou seja, nós
estamos aqui criando a regra geral, e lembrando que é de forma gradual, quando
a lei for aprovada não se aplica 100% no primeiro ano, não, e, sim, 50% e,
depois, 75% e, depois, 100%. Foi inclusive comemorado, o próprio Beto Moesch
concedeu entrevistas, reportagens, que estão na Internet, que falam sobre essa
iniciativa em Porto Alegre, o então Prefeito Fogaça, em utilizar o papel
reciclado. E nós aqui estamos, na verdade, revigorando o tema. Se ao longo
desse processo dos últimos anos foi abandonado o papel reciclado, saibam,
Vereadores e Vereadoras, que ele já foi utilizado em 90% dentro do Município de
Porto Alegre. Então, aqui é um chamamento e uma lembrança de que nós não
estamos propondo algo, aliás, talvez, estamos propondo algo que já deveria ter
sido feito e que foi, espero que não, abandonado nos últimos dez anos, e nós
falamos aqui de 2006.
Então,
não estou aqui entrando no mérito de toda a economia que pode gerar e
incentivar o uso do papel reciclado, mas efetivamente nós precisamos dar esse
passo para que, além de utilizarmos menos, acho que esse é o primeiro ponto,
quando utilizar, utilizar o papel reciclado. Quero agradecer aqui, novamente, o
Ver. Prof. Alex que me cedeu o seu tempo. Talvez alguns Vereadores não estavam
no dia e preciso fazer aqui esta lembrança: é um projeto importante e
definitivo para a nossa Cidade e para o futuro da nossa população. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para discutir o PLL nº 058/13.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu sou obrigado a confessar que estou muito mais preocupado em
votar um outro projeto cuja inclusão foi requerida na ordem dos trabalhos que
hoje se desenvolvem do que propriamente nesse que nós estamos discutindo. Em
que pese, com relação a esse projeto, eu tenho convicção firmada, já
anteriormente manifestada, e que tem a corroborar a circunstância de que quase
todas as comissões da Casa, especialmente a Comissão de Constituição e Justiça,
que entendeu que a matéria tem óbice de natureza jurídica, a CEFOR e a CUTHAB –
ambas manifestando-se pela rejeição do projeto –, e isso fortalece a nossa
resistência. Aliás, basta que se leiam os fundamentos desses pareceres e nós
veremos tranquilamente que até mesmo na Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação,
onde logrou aprovação, ele teve uma declaração de voto contrário, que opina
pela rejeição do mesmo, da lavra do Ver. Delegado Cleiton, muito bem
fundamentada.
Por
isso, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, neste momento de
expectativa, para que nós possamos colher exatamente aquilo que estamos a
plantar, ou seja, oportunidade de deliberar sobre projeto de lei, cuja votação
foi recolhida pelo Ver. Clàudio Janta, com apoio das lideranças do Governo e da
oposição, eu venho à tribuna para ver se, nesse meio tempo, nesse espaço, nós
conseguimos ter a presença afinal deste projeto em condição de enfrentarmos a
votação e, com isso, cumprir aquilo que é manifestação unânime da Casa.
Por
enquanto, Sr. Presidente, me refiro fundamentalmente na manifestação contida no
parecer na Comissão de Constituição e Justiça com relação a essa matéria, que
outra coisa não faz senão repetir o que é colocado pelo ilustre Procurador da
Casa, que, no seu parecer prévio, antes do Ver. Nereu D’Avila examinar a matéria,
já assinalava exatamente o seguinte ao terminar um extenso parecer: “Contudo, a
proposição tem conteúdo normativo que implica interferência na administração de
serviços do Poder Executivo e do Poder Legislativo municipais, incidindo, vênia
concedida, em violação aos preceitos regimentais e orgânicos que deferem
competência privativa à Mesa e ao Chefe do Poder Executivo para realizar a
gestão a gestão dos mesmos (Regimento, artigo 15; LOMPA, artigo 94, inciso
IV).” Esse parecer foi agasalhado pelo Ver. Nereu D’Avila, que, em sucinto
voto, mas objetivo, declara a sua solidariedade com a matéria.
Por
isso, Sr. Presidente, deixo aqui a minha posição, muito clara, de contrariedade
ao projeto de lei, que não acredito venha merecer aprovação na Casa, até em
respeito às comissões que majoritariamente se manifestaram de forma contrária à
sua aprovação e com isso nos deram uma sinalização clara, objetiva, lógica, de
que o mesmo não merece ser agasalhado por uma decisão favorável da Casa. Era
isso, Sr. Presidente, que nós queríamos trazer à discussão nesta hora, como
mero esclarecimento suplementar de uma matéria que já foi amplamente discutida
na Casa e com o objetivo já declarado, que eu espero que possa alcançá-lo
dentro em breve, de ver votado, hoje e agora, aquele projeto que efetivamente
nós queremos votar. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para discutir o PLL nº 058/13, por cedência de tempo do Ver. Guilherme
Socias Villela.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Volto a esta tribuna por uma gentileza
do Ver. Guilherme Socias Villela para, realmente, discutir esse assunto. Eu
recebi 125 e-mails, inclusive um da
Ver.ª Fernanda Melchionna, pedindo que vote a favor desse projeto. Sim, com
muita honra, eu fiquei muito satisfeito, acho que é o primeiro e-mail que recebo de V.Exa., com muita
honra. Porém, dos 125 e-mails, 80
foram repetidos, ou seja, na verdade, foram quarenta e poucos efetivos, sendo
que desses quarenta ou cinquenta eu não recebi nenhum argumento que
justificasse a importância do projeto que obriga a Prefeitura e esta Casa,
embora gradativamente, a usar somente papéis reciclados. E eu fiz uma pesquisa
e recebi um trabalho de Ciências do Ambiente da Unicamp, está aqui e está
incluído no projeto, no qual eles dizem claramente algumas coisas: que na
produção dos papéis reciclados são utilizados papéis de várias cores para
homogeneizar a cor final, ou seja, o destintamento é necessária uma adição
maior de produtos químicos, Ver. Villela, o que torna os papéis e seus resíduos
mais prejudiciais ao meio ambiente do que o papel branco, Ver.ª Sofia. Acho que
a senhora não estava a par disso. E na produção dos papéis reciclados é
utilizada maior quantidade de água, que é um produto finito, gerando maior
necessidade de tratamento da água também para o reuso. Segundo esse trabalho,
no papel reciclado são consumidos praticamente 1.500 litros de água a mais por
tonelada de papel produzido do que para a produção do papel branco. Já o e-mail do Ver. Sgarbossa, enviado para
os seus apoiadores, criando o que ele chama de “panela de pressão sobre a
Câmara”, faz pressão para os seus colegas – e eu tenho cópia aqui –, dizendo
que o papel reciclado, por exemplo, consome dois mil litros, enquanto no
processo tradicional esse volume pode chegar a 100 mil litros por tonelada. Ou
o Vereador está mal informado, ou este trabalho dos especialistas da Unicamp está
equivocado. Eu não acredito que o Vereador daria uma informação incorreta de
propósito. Digo mais, para a produção do papel branco é utilizado, basicamente,
o eucalipto, uma árvore exótica. Nessas plantações é sempre exigida também a
plantação de árvores nativas. È uma exigência de qualquer projeto de
florestamento, quando árvores exóticas são abatidas para a produção de
celulose. Junto deve-se ter uma grande parte de árvores nativas permanentes.
Também, na produção do papel reciclável, o consumo de energia é bem maior. E
agora o preço de venda. Eu consultei o nosso setor de compras aqui da Câmara,
porque este projeto está exigindo que a Câmara só utilize papéis reciclados, e
a Prefeitura também. Fui informado pelo setor de compras que o preço do papel
reciclado, Ver. Janta, é 53,9% mais caro do que o papel branco. Cinquenta e
três por cento mais caro que o papel branco! Ou seja, ele quer aumentar o custo
do papel de material de expediente desta Casa. Também consultei o setor de
informática desta Casa, que disse que o papel reciclado não deve ser utilizado
nas nossas impressoras por trancar esses equipamentos. Além disso, a impressão
eventual a cores é de qualidade muito inferior à impressão no papel branco.
Outro detalhe: a Procuradoria colocou vício de iniciativa neste projeto. E aqui
os senhores podem ver que a CCJ deu pela existência de óbice; a CEFOR, pela
rejeição do projeto; a CUTHAB; pela rejeição do projeto; apenas a COSMAM – onde
o Vereador era o Presidente no ano passado – foi pela aprovação do projeto.
Então, senhoras e senhores, lamentavelmente, todos os indícios são pela
rejeição do presente projeto. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal, solicitado pelo Ver.
Kevin Krieger, o PLL nº 058/13. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) REJEITADO por 07 votos SIM e 15 votos NÃO.
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 0142/16 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 003/16, que altera o caput e os §§ 4º e 5º do art. 10, o § 1º do art. 11 e o art. 12,
todos da Lei nº 11.140, de 14 de outubro de 2011 - que institui a Gratificação
de Incentivo à Qualidade da Gestão do SUS e a Gratificação de Incentivo à
Qualidade da Atenção no SUS e dá outras providências –, alterando a
periodicidade das avaliações e dispondo quanto à forma de incorporação dos
proventos. Com Emenda nº 02.
Pareceres
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CEDECONDH. Relator-Geral Ver. Mário Manfro: pela
rejeição da Emenda nº 01 e pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 02.
Observações:
- prejudicada a votação das Emendas nº 01, nos
termos do art. 55 do Regimento da CMPA;
- incluído na
Ordem do Dia em 02-05-16.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLE nº 003/16. (Pausa.)
Não há quem queira discutir. Em votação a Emenda nº 02 ao PLE nº 003/16.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADA
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o PLE nº 003/16. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO
Apregoo
o Ofício nº 400/16, do Prefeito Municipal, que comunica, conforme prevê a Lei
Orgânica do Município de Porto Alegre, que se ausentará do Município das
17h45min do dia 02 de maio de 2016 às 22h45min do dia 03 de maio de 2016,
ocasião em que cumprirá agenda, em Brasília, com a Comissão de Assuntos
Econômicos do Senado, para tratativas do financiamento com a CAF. O ônus para o
Executivo Municipal será de uma passagem aérea Porto Alegre/BSB/Porto Alegre e
a cessão e uma diária.
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Solicito verificação de quorum, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 18h50min): Visivelmente não há quorum.
Encerrada
a Ordem do Dia.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
0586/15 - SUBSTITUTIVO Nº 01, de
autoria do Ver. Idenir Cecchim, que cria e declara como Área Especial de
Interesse Institucional a Subunidade 14 na Unidade de Estruturação Urbana – UEU
– 52 da Macrozona – MZ – 01 e as Subunidades 05 na UEU 12, 05 na UEU 96 e 06 na
UEU 90 da MZ 03 e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 007/15, com Emenda nº 01, de autoria do Ver. Márcio
Bins Ely.
PROC.
Nº 2792/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 272/15, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que
estabelece normas de controle da comercialização de bebidas e de produtos
alimentícios nos bares e nas cantinas de hospitais e de centros de saúde,
públicos ou privados, no Município de Porto Alegre e dá outras providências.
PROC.
Nº 0047/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 004/16, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa,
que altera o caput e inclui incs. I e
II no caput do art. 3º da Lei nº
10.531, de 10 de setembro de 2008, estendendo o prazo de proibição, em
definitivo, da circulação de Veículos de Tração Humana – VTHs – no trânsito do
Município de Porto Alegre.
PROC.
Nº 0686/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 060/16, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, que
inclui os eventos Procissão, Novena e Festa em Louvor a São Vicente de Paulo no
Anexo II da Lei nº 10.903, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Eventos de
Porto Alegre e Calendário Mensal de Atividades de Porto Alegre –, e alterações
posteriores, realizados no mês de setembro.
PROC.
Nº 0728/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 063/16, de autoria do Ver. Idenir Cecchim e
outros, que denomina Passagem de Nível Mendes Ribeiro Filho o equipamento
público localizado no cruzamento da Avenida Cristóvão Colombo com a Avenida Dom
Pedro II, no Bairro Auxiliadora.
PROC.
Nº 0758/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 070/16, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, que
estabelece a reserva de vagas para idosos em estacionamentos temporários
remunerados, em logradouros públicos de uso comum – Área Azul.
PROC.
Nº 0901/16 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 009/16, que cria 13 (treze) Funções Gratificadas
junto ao Quadro de Postos de Confiança do Magistério Público Municipal da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre – PMPA, Lei nº 6.151, de 13 de julho de
1988 – que estabelece o Plano de Carreira do Magistério Público Municipal;
dispõe sobre o respectivo Plano de Pagamento e dá outras providências – e 1
(uma) Função Gratificada junto ao Quadro da Administração Geral da Prefeitura
Municipal de Porto Alegre – PMPA, Lei nº 6.309, de 28 de dezembro de 1988 – que
estabelece o Plano de Carreira dos Funcionários da Administração Centralizada
do Município; dispõe sobre o Plano de Pagamento e dá outras providências – a
serem lotadas em Unidades de Ensino da Secretaria Municipal de Educação – SMED.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Mendes Ribeiro está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. MENDES RIBEIRO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, falo neste Período de Pauta, porque não poderia deixar de passar e
agradecer aos Vereadores da minha Bancada e ao O Ver. João Carlos Nedel pela
autoria da denominação da passagem de nível da Av. Cristóvão Colombo de Mendes
Ribeiro Filho. Acho que é uma justa homenagem ao homem público que ele foi, e
que me orgulha muito estar nesta Câmara, ser Vereador e poder ver essa
homenagem em reconhecimento ao seu trabalho na sociedade gaúcha.
O Sr. Engº Comassetto: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Mendes Ribeiro, queremos lhe cumprimentar, em nome da nossa
Bancada, do Partido dos Trabalhadores, por esta justa homenagem que sua Bancada
apresenta. Porque Mendes Ribeiro Filho deixou um legado para a sociedade gaúcha
e brasileira, como homem que sempre defendeu a Constituição, a democracia e
esteve junto com os projetos de vanguarda deste nosso País. Nossos
cumprimentos.
O SR. MENDES RIBEIRO: Muito obrigado, Ver. Engº Comassetto, por suas palavras. Para finalizar,
agradeço, me pegou de surpresa esta homenagem, eu não sabia, fiquei sabendo e
agradeço a minha Bancada, ao Ver. Nedel por esse projeto tão importante. Não só para a minha
família, mas também, tenho certeza, com a cidade de Porto Alegre. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Não havendo mais quem queira discutir a
Pauta, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h53min.)
*
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